Na Landeira, uma aldeia pertencente ao município de Vendas Novas, já foi implementada a prática da compostagem, uma prática bastante importante e que, cada vez, se torna mais conhecida. No entanto, ainda há quem não saiba no que consiste ou como realizá-la.
A GESAMB é a empresa responsável pela gestão e exploração do Sistema Intermunicipal do Distrito de Évora e, criou o projeto Re-Planta, que envolve a missão cascas solidárias, e que consiste em apoiar crianças e adultos com deficiência no Alentejo, sendo apenas necessário reciclar os seus restos e sobras de fruta e legumes. O Re-Planta oferece compostores a quem estiver interessado em aderir a esta iniciativa e, também realiza ações de capacitação sobre a compostagem doméstica ou comunitária, destinada aos 12 concelhos abrangidos. Para quem está interessado e, não sabe como o fazer, basta aceder ao site do Re-Planta e tirar todas as suas dúvidas, de modo a começar a contribuir para esta prática.
Compostagem é o processo biológico de valorização da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, doméstica, industrial, agrícola ou florestal, e pode ser considerada como um tipo de reciclagem do lixo orgânico. Trata-se de um processo natural em que micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação da matéria orgânica, transformando-a em húmus, um material muito rico em nutrientes e fértil. A compostagem ajuda na redução das sobras de alimentos, tornando-se uma solução fácil para reciclar os resíduos gerados nas nossas casas.
Para quem não sabe, o composto, resultante do processo de compostagem, é um fertilizante natural, com aspeto de terra, escuro, sem odor e rico em nutrientes. O tempo de produção do composto dependerá, naturalmente, do acompanhamento que é feito ao processo: da periodicidade da rega, do revolvimento da pilha de compostagem e controlo da humidade. Já a capacidade nutricional do composto irá depender da qualidade dos resíduos utilizados, mas este tem fungicidas naturais que ajudam a eliminar os organismos patogénicos, que são prejudiciais ao solo e às plantas.
De uma forma geral, qualquer material proveniente da cozinha, do jardim ou do quintal pode ser compostado. No entanto, é necessário ter alguns cuidados. Os dois tipos de resíduos que podem ser compostados são, normalmente, classificados como “verdes” e “castanhos”, de acordo com o teor de humidade e a quantidade de nutrientes: os verdes, ricos em azoto, são geralmente mais húmidos, já os castanhos, ricos em carbono são, por norma, mais secos.
A compostagem é dividida em três principais fases: mesofílica, termofílica e maturação. A fase mesofílica corresponde ao início da proliferação de fungos e bactérias, que serão responsáveis por metabolizar as moléculas mais simples da matéria orgânica. Nesta fase, a temperatura nas composteiras é de, aproximadamente, 40°C. A duração desta etapa é de 15 dias. Quanto à fase termofílica, é a fase mais longa, dura em média dois meses. O material orgânico é submetido aos microrganismos termófilos, capazes de sobreviver a temperaturas de até 70°C. As moléculas mais complexas são degradadas, nesta etapa, para além da eliminação da maioria dos agentes patológicos. Por último, a fase de maturação que dura, em média dois meses e é caracterizada pela queda da atividade microbiana, assim como a diminuição da temperatura nas composteiras. Durante esta etapa, o composto é transformado em húmus, livre de metais pesados, tóxicos e patogénicos.
O húmus é um material estável, rico em nutrientes e minerais, que pode ser utilizado em hortas, jardins e para fins agrícolas, como adubo orgânico, devolvendo à terra os nutrientes de que esta necessita, evitando o uso de fertilizantes sintéticos.
Alguns dos principais benefícios desta técnica de reaproveitamento incluem: evitar o esgotamento dos aterros sanitários; consistir num processo natural, sem uso de produtos químicos ou tóxicos; promover a reciclagem de nutrientes para o solo; auxiliar na redução da poluição do solo, da água e do ar; controlar a população de animais transmissores de doenças e evitar o desperdício, transformando os resíduos em novas matérias, úteis em outras áreas.
Para além de todos os benefícios listados acima, a compostagem também é muito importante para a preservação do meio ambiente. O lixo orgânico, depositado nos lixões, gera gás metano durante o processo de decomposição e, esse gás, agrava o efeito de estufa, que leva ao aumento da temperatura, na Terra.