Quase todos anos ouvimos falar de tecnologias inovadoras e futuristas, que nos entusiasmam e que nos levam a apostar em ideias ambiciosas para o nosso futuro. A mais recente chega-nos diretamente de Coimbra, e promete revolucionar o nosso quotidiano e o nosso futuro.
Em colaboração com a Universidade de Sheffield, no Reino Unido, uma equipa de investigadores do LaserLab da Universidade de Coimbra desenvolveu um estudo que, se levado avante, poderá significar um impacto significativo na produção de energia renovável na nossa sociedade:
Janelas com células fotovoltaicas de terceira geração incorporadas, ou, utilizando uma linguagem mais simples, janelas solares.
A equipa, composta por Patrícia Jesus, Hugh Burrows e Carlos Serpa, pretende utilizar Platina (ligada a um conjunto de moléculas orgânicas), para a transformação de energia solar em energia elétrica, através de uma tecnologia única e desenvolvida exclusivamente em solo nacional, mais precisamente na Universidade de Coimbra: a calorimetria foto acústica, que, tal como o próprio nome indica, é a transformação de energia solar em energia elétrica, através do som e da luz, por parte das células fotovoltaicas.
Aliás, o principal entrave à realização deste projeto relaciona-se com a instabilidade química da platina aquando da realização deste processo. Segundo Carlos Serpa, os compostos da platina apresentam como grande vantagem a sua capacidade de intensa absorção no visível e em parte do espectro do infravermelho próximo.
Dito de forma mais simples, se pensarmos nas cores do arco-íris, estes compostos de Platina têm uma forte capacidade de absorver grande parte dessas cores, especialmente a cor vermelha, mais difícil de captar. Esta é uma característica essencial para a transformação eficiente de luz solar em energia elétrica”. Apesar de ser muito eficiente em termos de captação de energia, o seu período de vida durante o processo é muito reduzido, o que leva a um pouco aproveitamento de energia.
Tal como Serpa explica: “verificou-se que o tempo de vida do composto no estado necessário para a transformação em energia elétrica é muito curto, entrando em competição com a transferência de eletrões para o circuito elétrico. Por isso, são ainda necessários novos estudos, que passam pela modificação das moléculas que envolvem o átomo de Platina, alterando assim as propriedades do composto para obter as condições mais favoráveis à transformação da luz solar captada em eletricidade”. Ou seja, o grande quebra- cabeças deste grupo de investigadores será recriar um ambiente estável nas próprias células fotovoltaicas, de modo a prolongar o período de vida dos constituintes da própria platina”.
Sem dúvida que, se levado avante, este projeto, que será capa da edição 26 da revista “Dalton Transactions”, para além de representar uma alternativa rentável aos painéis fotovoltaicos, comprovará o potencial do trabalho português e revolucionará o nosso dia-a.dia!
Uma janela para o futuro?…
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