O Centro Pedagógico é composto por uma equipa de mais de 35 educadores, animadores e outros colaboradores, que trabalham de forma interdisciplinar para garantir que a mensagem principal de conservação das espécies é transmitida de forma eficaz. Para isto, este centro desenvolve diversas atividades, entre elas programas educativos para as escolas, programas de animação escolar, serviço de apoio a estudantes – dando acesso à biblioteca, e um campo de férias para jovens entre os 6 e os 16 anos.
Tiago Silva, de vinte anos, que frequentou este ATL durante dez anos, revela que “gostava imenso” destas semanas na companhia do Jardim Zoológico e que “ainda gosta”, agora como Educador, profissão que cumpre há mais de dois anos, após ter decidido que “queria estar na equipa” aos 16 anos.
Ao nível do seu trabalho como educador, Tiago conta que este é extremamente gratificante poder “fazer parte da missão emblemática do Jardim Zoológico”, unindo no seu dia-a-dia o ensino de temas sensíveis ao Zoológico com componente de animação.
“Há a ideia de que a ciência deve ser elitista. Eu discordo disso. Penso que a ciência deve ser o mais pública possível e ser difundida por pessoas como nós aqui no Jardim Zoológico.”
O educador, que também estuda no Instituto Superior Técnico, revela que, para entrar nesta equipa, passou por um processo demorado, composto pela participação num workshop público, pela candidatura e entrevista e, finalmente, por uma formação de, no mínimo, três meses, seguida de uma avaliação da sua atuação numa visita guiada.
Algo que afetou a vida no Jardim Zoológico e até o trabalho no Centro Pedagógico foi a pandemia por COVID-19, que, além de ter provocado o confinamento da população e assim a redução da receita , também causou um aumento da segurança aplicada aos animais, de forma a que estes não fiquem vulneráveis a infeções transmitidas pelos humanos.
Desta forma, foi necessário ao Jardim Zoológico adaptar-se para poder continuar a transmitir a sua mensagem sem a presença física dos seus visitantes. Assim, começou a criar mais conteúdos para as redes sociais, que cresceram exponencialmente durante o período de confinamento, a incluir mais informação sobre as espécies presentes no jardim no seu website e até a realizar visitas virtuais guiadas.
Este período conduziu a diversas mudanças, mas Tiago revela que outro efeito adverso desta pandemia foi o aumento desregulado da utilização da tecnologia por parte dos mais jovens. Esta tecnologia, na visão de Tiago, está a dificultar a criação da ligação emocional dos mais jovens com os animais e a natureza. Por essa razão, esta instituição tem se adaptado ao longo do tempo, começando a integrar uma abordagem mais tecnológica durante as suas visitas guiadas, incluindo a utilização de videojogos didáticos.
Mas, os cartazes e posters informativos continuam a ser uma constante neste parque, sendo desenvolvidos numa colaboração entre o Centro Pedagógico e o Departamento de Marketing. O processo da sua criação é complexo e começa com a investigação e escrita sobre o conteúdo que pretendem transmitir e termina após a revisão do cartaz desenhado pela equipa de marketing com a sua afixação.
Finalmente, Tiago conclui que os valores que o Centro Pedagógico transmite, com as suas atividades e projetos, são o respeito, o equilíbrio e a responsabilidade, encorajando uma melhor relação entre as pessoas e a natureza, a gestão sustentável e a noção de que cada um tem a sua influência no que acontece no mundo.
Com todas estas iniciativas, e, no final da história, o objetivo do Centro Pedagógico passa por transmitir o seu conhecimento, evitar a desinformação e levar à alteração dos hábitos das pessoas, de forma a se tornarem mais sustentáveis.
“Penso que ao trabalhar com os jovens, quando eles forem mais velhos terão mais conhecimento e mais consciência na tomada de decisões em relação à geração anterior.”