Em pleno século XXI, e com alguma regularidade, é ainda comum para a população bracarense ver o único rio que nasce no concelho e atravessa a cidade – o rio Este – ser poluído com descargas ilegais que, além da má imagem que deixa, deteorizam a sua fauna e flora. Desde o ano de 2014, essa poluição já motivou mais de 80 denúncias, mas a Câmara Municipal de Braga confessa a sua dificuldade em detetar a origem de muitas dessas descargas, e em resolver a situação.
Por raras vezes, como em setembro de 2019, o serviço de proteção da natureza e do ambiente (SEPNA) da GNR elabora autos de notícias por contraordenação e remete-os depois para a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), devido a situações de poluição do rio, que nasce na serra do Carvalho, em Braga, sendo que o maior problema de poluição surge na zona urbana da cidade.
Frequentemente, o rio Este é alvo de descargas poluentes de atividades industriais, águas de pedreiras e explorações agropecuárias. Contudo, elas também provêm de habitações domésticas e alguns estabelecimentos comerciais cujas canalizações estão diretamente ligadas ao rio.
Segundo dados disponibilizados por aquele serviço da GNR ao jornal Público em janeiro de 2019, o rio tem sofrido descargas a cada 23 dias durante os últimos cinco anos.
Qualidade do ar diminuiu
Num relatório divulgado em outubro do ano passado pela Agência Europeia do Ambiente, a má qualidade do ar continua a colocar em risco a saúde das pessoas, sendo que a maioria dos europeus (90 % das pessoas que vivem nas cidades) está exposta a um nível de poluição do ar, além dos limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A má qualidade do ar foi responsável por cerca de 400.000 mortes prematuras na União Europeia (UE) em 2016. Em Portugal, também no mesmo ano, a má qualidade do ar levou a 5.830 mortes prematuras.
No nosso país, segundo um comunicado da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, a mortalidade associada à qualidade do ar “ainda é muito significativa”.
Em 2016, a média anual de dióxido de azoto foi superior à permitida pela legislação europeia e nacional nos distritos de Lisboa, Porto e Braga.
Segundo dados da APA, na estação de monitorização da avenida Frei Bartolomeu dos Mártires (S. Vítor), em Braga, a média anual de dióxido de azoto registada (55,3 mg/m3) foi muito superior ao permitido pela legislação europeia e nacional – 40 mg/m3.
Em todos estes casos, o tráfego rodoviário é o grande responsável pela ultrapassagem dos valores-limite. Por isso, seria importante tomar medidas para reduzir as concentrações em causa e promover, por exemplo, outras formas de mobilidade, como os transportes públicos, a bicicleta ou a trotineta.
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