O interior de Portugal, é conhecido pelo bem receber das suas gentes, pelas suas praias fluviais e, claro, pelas paisagens que cortam a respiração a qualquer um que se atreva a visitá-las. A parte histórica não é também descurada e numa altura em que o conceito de vintage é cada vez mais presente no nosso meio cultural e social, a conservação das Aldeias de Xisto, têm ganho destaque.
É na aldeia da Aigra Nova, em Góis, que encontramos o Núcleo Sede das estruturas integrantes do Ecomuseu das Tradições do Xisto, onde se pode ficar a conhecer mais sobre as tradições e cultura serrana, não esquecendo a conservação do património das quatro Aldeias de Xisto de Góis (Aigra Nova, Aigra Velha, Comareira e Pena). O museu, dividido em três partes, conta não só a história dos habitantes locais, como também desmistifica diversas actividades serranas, nomeadamente as corridas do Entrudo, a colheita do mel e posterior aproveitamento dos cortiços, o ciclo do milho, o pilar das castanhas, as rezas pagãs e as rodilhas.
Em tempos difíceis, a alimentação destes serranos era bastante redutora, baseando-se no que a Serra poderia providenciar, mais concretamente a castanha, o pão de milho, a hortaliça, as carnes salgadas e fumadas, a sardinha e o mel.
O Mel de Urze mais escuro e doce, continua a ser consumido como alimento e para utilizado para fins terapêuticos, para acelerar a cicatrização de queimaduras, úlceras e feridas, uma vez que tem uma acção analgésica, anti-inflamatória e estimulante da reprodução celular. “É um mel especial, único e diferente” disse Manuel xxxxxx, um dos três habitantes que restam de um grupo de oitenta, e que é responsável pela vida de um conjunto ilimitado de abelhas tão preciosas.O projeto de desenvolvimento sustentável da Rede das Aldeias do Xisto tem como principais objetivos a recuperação das tradições, a valorização do património arquitetónico, a dinamização das artes e ofícios tradicionais e a preservação da paisagem circundante. A Associação Lousitânea contribui para o renascimento destas aldeias diminuindo o estigma da desertificação humana.
Também na aldeia da Aigra Nova, podemos conhecer mais sobre os ecossistemas existentes em redor. A imensa biodiversidade deste local abrange um vasto leque de fauna e flora, incluindo também registos fósseis.
De acordo com o Geólogo Luiz Lopes, na Cordilheira Portuguesa da Serra da Lousã é possível encontrar 4 tipos de rochas sendo elas o Xisto, o Quartzito, o Quartzo e o Granito. Também se pode observar fósseis de Cruzianas e Trilobites.
As trilobites, fósseis de idade, encontradas nesta região têm cerca de 440 milhões de anos e apresentam 150 subespécies diferentes. A temperatura ambiental média é cerca de 15ºC, porém, em média, no verão pode subir até aos 35ºC e no inverno descer para os -8ºC.
O Biólogo Luiz Lopes, falou da fauna da serra, na qual é possível observar uma das duas espécies de cobras venenosas em Portugal que não ultrapassam o metro de comprimento, os Tritões Marmoreados onde as fêmeas apresentam uma risca vermelha no dorso que permite a sua distinção do macho, a Rã Ibérica, o Falcão Peregrino, a Cegonha Preta, o Guarda Rios, o Melro de Água, Veados, Javalis e Borboletas.
Com o investimento realizado, foi possível transformar estas aldeias em atrações turísticas, que juntamente com um vasto calendário de eventos culturais e regionais pretendem satisfazer os interesses dos mais curiosos. Destaca-se o papel da Associação Lousitânea na manutenção, melhoramento e divulgação do projeto do Ecomuseu das Tradições do Xisto.Relativamente à flora, as plantas autóctones que cobrem a serra são o Medronheiro, o Sobreiro, o Narciso, o Azereiro e o Azevinho, este último com uma particularidade curiosa, uma vez que só as fêmeas possuem bagas. Todas estas plantas têm vindo a ser ameaçadas, nos últimos anos, por espécies invasoras, nomeadamente a Acácia que se reproduz muito rapidamente permitindo a sua proliferação e posteriormente a ocupação e utilização de recursos que seriam necessários às espécies locais. Esta espécie tem também a particularidade de ser a primeira a germinar após um incêndio.
Grupo 2
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