Alterações Climáticas e Produção de Vinho – Que Futuro?

A Região Demarcada do Douro está a sofrer os impactes das alterações climáticas com consequências gravosas para a economia da região.

O equilíbrio térmico do planeta Terra está a ser comprometido devido à acumulação de altas concentrações de Gases de Efeito de Estufa (GEE), que retêm a radiação terrestre nas camadas mais baixas da troposfera, aumentando a temperatura média da Terra. Este aumento é mais acentuado nas regiões polares e prevê-se que até ao final do século possa aumentar cerca de dois graus celsius.

Estas alterações climáticas têm vários impactes, um dos mais evidentes é o aumento da incidência de eventos climáticos extremos, nomeadamente: vagas de frio e de calor, secas, incêndios florestais e de eventos hidrológicos extremos como por exemplo: precipitação intensa em períodos muito curtos, provocando inundações e deslizamentos de terra.

Esta situação é particularmente preocupante para Portugal pois diversos estudos indicam que o nosso país é um dos que apresenta maior potencial de vulnerabilidade aos impactes das alterações climáticas e que as regiões do interior serão mais intensamente afetadas, sobretudo no verão.

Os dados climáticos demonstram que na Região Demarcada do Douro, o período 1950-2000 foi em média 0,9 graus celsius mais quente que o período de 1931- 1960. Por exemplo, na cidade de Peso da Régua as temperaturas aumentaram 1,2 a 1,3 graus celsius entre 1967 e 2010. O maior aumento verifica-se ao longo das principais secções da bacia fluvial. O acréscimo de temperatura poderá levar ao aparecimento de novas pragas e doenças e há quem defenda que haverá necessidade de deslocar a cultura da vinha mais para norte ou para locais de maior altitude, onde a temperatura é mais baixa.

Região Demarcada do Douro

Estima-se uma redução da precipitação na região entre os 10 e os 42% até 2080. A alteração dos padrões de precipitação, contribui para uma diminuição do rendimento agrícola bem como potencia a erosão e a ocorrência de inundações devido a uma maior concentração da precipitação em curtos espaços de tempo.

Um setor de atividade muito influenciado por estas mudanças é a agricultura e, sobretudo, a produção de vinho. A Região Demarcada do Douro está já a ser afetada por este problema, que leva à diminuição da produção e à alteração da paisagem. O rendimento por hectare na região do Douro baixou cerca de vinte por cento, nos últimos quinze anos. Não é apenas a quantidade de produção que é afetada mas também a sua qualidade, o que é igualmente preocupante.

Não há unanimidade de opiniões sobre a forma como mitigar este problema. São apresentadas várias alternativas desde a deslocalização das culturas, a escolha de castas mais adaptadas aos novos padrões de temperatura e precipitação até a aplicação de caulino, que funcionaria como protetor solar ao reduzir a temperatura das plantas em cerca de um grau celsius.

Em suma, o aquecimento global é um fenómeno que afeta não só o meio ambiente, mas também a economia, uma vez que tem impactes na produção agrícola e no turismo, e que tem de ser minimizado, caso contrário todo o mundo será gravemente afetado, não só na economia como também a saúde população. Este problema tem de ser combatido com algumas medidas como o uso de energias renováveis, uso de transportes públicos, poupança água, nomeadamente através de práticas agrícolas e vitivinícolas que utilizem a água de forma mais eficiente, entre outras medidas que toda a população pode adotar.

Fontes:

https://expresso.pt/economia/2019-03-04-SOSClima.-Como-o-tempopodemudaro-Atlas-doVinhoe-o-Douroemespecial

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