Superando o cansaço, perscrutando a mata Algarvia em busca do mais ínfimo indício de actividade animal nocturna, apurámos os sentidos: de olhos postos no chão, revirando pedras e folhagem, e ouvido desperto para os ruídos, os gambuzinos tomaram forma.
Sapos e osgas comuns, rãs – verdes, aranhas e muitos insectos tornaram real a busca hipotética, aparecendo sob o olhar de observadores inexperientes. Outros residentes como o camaleão, o sardão, e as corujas – do – mato e da torre, recusaram-se a sair dos seus refúgios, e a dar alento à demanda dos jovens investigadores. Estes, porém, perseverantes, nunca perdendo a motivação, continuaram a busca, crendo sempre nos resultados que não viriam a chegar: os vertebrados mais desejados, das cobras-de- água – viperina aos cágados – mediterrânicos, negaram a sua presença.
Apesar de curto, o inventário – relâmpago prosseguiu. Apontando os “faróis” a cantos e recantos, remexendo arbustos e afinando a vista, quase víamos tudo, imaginávamos tudo.
À noite, a fauna activa após o crepúsculo, atinge o auge do seu fulgor. Não deixa, contudo, de ser discreta, e de se mostrar tímida perante estranhos jovens que trazem na mão o dia.
Em Gambelas, a farolada completou a maratona biológica iniciada pela manhã, dando a conhecer a biodiversidade nocturna. Surpreendemos, assim, os habitantes do Campus em todos os seus graus de actividade.
Há gambuzinos em Gambelas? Claro.
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