Vamos começar desde o início. As tentativas da exploração do Ártico começaram nos finais do século XIX. Porém as primeiras expedições a chegar no Polo Norte foram a de 1908, terrestre, a de 1909, terrestre e as duas de 1926, ambas aéreas. Diversamente do Polo Sul, o Polo Norte não se encontra numa massa continental, mas sim no meio do Oceano Ártico, coberto por gelo marinho em constante mudança. Mesmo assim conseguimos observar uma grande diminuição da área ocupada por este gelo no oceano ao longo dos anos. Segundo a ONU, a razão pelo declínio dos glaciares está associada ao aquecimento global, sendo o Ártico a região mais afetada.
Como li, em várias notícias online, 2023 foi confirmado ser o sexto ano mais quente registado na região durante o verão e a 17 setembro a extensão do gelo marinho registou o valor mais baixo. Também foi confirmado que o Ártico está a aquecer duas vezes mais rápido do que no início do século. Devido a estes fatores, existe uma elevada mudança de ecossistemas e muitas comunidades do Ártico estão a sofrer. Lugares cobertos por gelo estão a desaparecer cada vez mais rápido tal como a neve acumulada durante o inverno. Isto também afeta a Tundra, o bioma no Ártico, onde plantas, que evoluíram para viver neste meio gelado com curtos períodos de crescimento, estão a aumentar. De acordo com algumas imagens satélites documentadas, a tundra torna-se cada vez mais verde, também tratado por, como aprendi em Geografia, Arctic Greening. Isto é um processo, mostrado na imagem inicial, que consiste na substituição da tundra por tundra arbustiva, por isso também tem o nome de arbustivação. Além de haver outro fenómeno chamado Arctic Browning, este causado pela perda de gelo e aparecimento de solo e matéria orgânica. Mas e se os icebergs gigantes do Ártico realmente derretessem? Com certeza o nível médio do mar subiria significativamente. Além disso já está confirmado que este sobe cerca de 3,5 mm por ano. Se o aquecimento global aumentar e os glaciares continuarem a derreter há várias áreas costeiras que abrigam cerca 1 bilião de pessoas que estariam em perigo. Temos também de ter em conta o número de espécies que vão ser extintas, como, por exemplo, o urso polar. O calor das águas irá afetar igualmente outros ecossistemas marinhos, desde o do plâncton ao da baleia, ambos adaptados a certas temperaturas e condições. Mesmo tendo em conta todos estes lados negativos, será que conseguimos encontrar algum lado positivo? Pensei nisso com o meu professor e, se pensarmos bem nas consequências, notamos que o degelo do Ártico poderá trazer vantagens. Como primeiro exemplo, vou mostrar-vos as rotas comerciais a nível marítimo atuais. O degelo do Ártico poderia dar a possibilidade de atravessar o Oceano Glaciar Ártico e assim criar uma nova rota comercial. E isto não só com a Escandinávia e América, mas também com a Ásia. A navegação nas águas do Ártico tornar-se-ia mais fácil para embarcações comerciais, permitindo explorar novas áreas e rotas. O segundo exemplo que vou apresentar vai ser a exploração de recursos naturais. O degelo dos glaciares vai permitir e facilitar a exploração e extração de recursos naturais como o petróleo e o gás natural. Por fim haveria mais território para a pesca e facilitaria esta atividade. Como já tinha dito anteriormente, embora estas alterações poderão afetar muitas espécies e os seus ecossistemas marinhos, permitirá a captura de peixes em áreas inacessíveis anteriormente, até porque se está a assistir a uma dominação do Ártico por espécies atlânticas – atlantização do Ártcio.
Para concluir, queria então dizer que, mesmo se estas últimas consequências apresentadas parecem atraentes, temos de ter em conta que esta situação ambiental a que estamos a ser expostos é realmente grave e vai afetar a nossa estabilidade económica, social, política e ambiental. Muitos ecossistemas estão em perigo e cada um deles influencia a nossa vida quotidiana. Todos nós devemos ajudar e contribuir para a preservação do ambiente.