A barragem do Alqueva, um dos maiores empreendimentos outrora realizados em Portugal, gera há 38 anos, uma divergência ideológica entre duas partes: a ambientalista e a capitalista. Inserida no Plano de Rega do Alentejo, de 1957, só foi aprovada em 1995. A que se deve esta controvérsia?
Por um lado, deparamo-nos com a ideologia capitalista, que traz grandes financiamentos e investimentos a esta terra. E por outro, temos uma filosofia ecológica, que tem como base o ambiente e a total preservação do mesmo. Como duas teses opostas que são, ambas apoiam cada um dos rostos da verdade.
A tese do capitalismo defende que esta estrutura traz mais-valias, quer de caráter económico, quer social. Em primeiro lugar, assegura o abastecimento de água mesmo em períodos de seca, pois esta tem capacidade total de armazenamento de água correspondente a quatro anos consecutivos de seca, consequentemente, os agricultores valorizam a cultura dos terrenos agrícolas. Também a nível social verificam-se numerosos benefícios, tais como a abundância de mão-de-obra local e o baixo preço da energia. Por último, esta infraestrutura permite um maior desenvolvimento da rede rodoviária e do turismo rural desta área.
Noutra perspectiva os ambientalistas mostram um lado bastante mais sombrio, que se opõe com o que é apoiado pela faceta económica. Primordialmente, o movimento ambientalista português preocupa-se com a diminuição da biodiversidade, como é o caso do saramugo, uma espécie endémica, com a preservação do património histórico e cultural e a degradação dos solos resultante das águas poluídas. Deste modo, esta construção pode ser vista como sendo um elefante branco, devido aos impactes inaceitáveis a que todos estamos sujeitos.
Além do já mencionado, este projecto obrigou algumas centenas de pessoas a abandonar os seus lares, tendo sido construída pela EDIA, a nova Aldeia da Luz.
Como é observável, a construção da barragem foi um tema bastante polémico, mas não evitável, uma vez que os ambientalistas não apresentaram uma alternativa viável. E por isso, apesar do passado ser inalterável, atualmente as opiniões divergentes mantêm-se.
Grupo 4: Miguel Santos, Catarina Santos, Duarte Augusto, Pedro Rodrigues, Joana Farrica.
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