Durante a era dos Descobrimentos, os animais exóticos eram trazidos de países estrangeiros como símbolo de poder e riqueza por parte dos seus proprietários, reis e elementos da nobreza, que os expunham em menangeries, coleções não abertas ao público. Atualmente, a preocupação do Jardim Zoológico de Lisboa ultrapassa a mera exibição dos animais, focando-se essencialmente no bem-estar dos mesmos.
Nos dias que correm, diversas espécies encontram-se ameaçadas devido, essencialmente, à ação do homem. A destruição de habitats naturais, a caça ilegal e as alterações climáticas são exemplos de situações que afetam os animais. Deste modo, o Jardim Zoológico sentiu a necessidade de informar e sensibilizar a população para estes problemas, tendo como lema “Educar para conservar”. Este reflete a importância dada à educação na conservação destas espécies, recorrendo a diversas formas de difusão de conhecimentos. As ações são feitas maioritariamente através de programas direcionados às escolas, alertando os mais novos desde cedo. Entre as atividades dinamizadas pelo Jardim Zoológico destaca-se o espetáculo dos Golfinhos, que apela às emoções e faz com que o visitante crie empatia pela espécie e procure conhecê-la melhor.
A conservação é a missão que se baseia na promoção da proteção das espécies, evitando situações de risco. O Jardim Zoológico assume um papel essencial considerando o declínio da biodiversidade e o número de espécies extintas registado. As medidas de conservação podem ser consideradas a nível Ex situ e In situ. A conservação Ex situ é uma das estratégias de preservação da fauna e da flora que envolve cuidados humanos, atuando em populações fora do seu habitat natural, garantido a sua reprodução e, assim, a sua hereditariedade. Por outro lado, a conservação In Situ passa por medidas que são tomadas diretamente no habitat natural, através, por exemplo, da dinamização pelo Zoológico de programas de sensibilização do público. O Jardim Zoológico foi distinguido com o prémio de Melhor Programa de Conservação da EAZA, como coordenador do Programa de Conservação in situ para o Saguim- cinzento, na Colômbia. Outro exemplo de sucesso é o do Leopardo da Pérsia. Esta espécie estava extinta no Cáucaso, pelo que as autoridades russas contactaram o Jardim Zoológico de Lisboa para trabalharem na reintrodução no Parque Natural de Sochi, no Sudoeste do país.
Por fim, a terceira missão é a investigação científica, que procura garantir melhores condições para os animais, através da descoberta e da reunião de informações acerca de, por exemplo, o comportamento e a reprodução das espécies, permitindo um melhor conhecimento dos animais e do ecossistema em que se inserem. Assim, o Jardim Zoológico colabora com diversas entidades especializadas nas ciências zoológicas. No campo da investigação, destaca-se o exemplo inovador do Dragão de Komodo, que foi sujeito pela primeira vez em Lisboa a uma malaparoscopia, cirurgia de exploração pouco evasiva.
“Quando me perguntam quando é que o Jardim Zoológico estará pronto eu respondo que isso só irá acontecer quando deixarmos de evoluir. A nossa ideia é continuar com a investigação; com os avanços técnicos e científicos, adquirir novos conhecimentos que nos permitam adaptar e melhorar as nossas instalações, para garantir o bem-estar do animal”, indica Tiago Carrilho, educador no centro pedagógico do Jardim Zoológico de Lisboa.
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