A biodiversidade das Serras do Porto é caracterizada pela existência de espécies invasoras que constituem uma parte relevante da mesma, uma vez que quando germinadas terminam com a possibilidade do nascimento de outras plantas, pondo em risco a restante vegetação predominante. Sendo exemplo destas espécies não nativas as Acácias (mimosas, austrália e de-espigas), e as Háqueas (picante e folhas-de-salgueiro).
No entanto, a existência de alguma vegetação autoctóne, nomeadamente a presença abundante de alguns sobreiros e carvalhos, espécies nativas da região, contrasta com a problemática referida anteriormente, complementando assim a riqueza do ecossistema.
Os três municípios de Paredes, Valongo e Gondomar acentuam a relevância patrimonial do parque das serras do Porto. Umas das atividades promovidas pelo parque é a organização de encontros com diversas escolas destes municípios e o incentivo à criação de clubes ambientais para promover o desenvolvimento sustentável estão compreendidas nas medidas tomadas pelas autarquias. Outro dos projetos dinamizados denomina-se “Arejar”, que consiste na realização de caminhadas em grupo ao longo dos trilhos do parque. Esta iniciativa surgiu no início do ano como uma tentativa de melhorar o bem-estar e saúde da comunidade após um período de isolamento prolongado, incentivando o convívio e a preservação do ambiente e a sua envolvência. Segundo María Lasalete, caminhante do Parque das Serras do Porto, “a atividade que estamos a desenvolver aqui nas serras do Porto para mim tem sido muito importante. Como eu não sou de Portugal, esta é uma forma de poder interagir e conhecer um pouco mais a vossa-cultura, a vossa região e todas as peculiaridades que têm as serras do Porto”. Acrescenta ainda que estas atividades são um ponto de encontro entre a natureza e as pessoas que gostam dela.
Sendo considerada uma zona florestal protegida, os habitantes desta zona periurbana possibilitam a vigilância do parque, podendo, por exemplo, evitar a propagação de incêndios florestais nos períodos propícios. Apesar disso, o turismo excessivo pode prejudicar a conservação dos ecossistemas, visto que pode haver uma degradação ao longo das visitas, propiciando a capacidade de carga, associado ao limite máximo da utilização de um determinado destino turístico, do mesmo. Segundo Raquel Viterbo, membro da Associação de Municípios do Parque das Serra das Porto, “o principal [desafio] é encontrar o equilíbrio [da manutenção do parque], entre a questão do retorno económico a associação de municípios, as empresas de gestão florestal, os proprietários, os operadores turísticos, as pessoas que cá habitam, (…) encontrando objetivos comuns para se trabalhar em conjunto, na conservação e na valorização deste território.”
Em suma, a biodiversidade vai sendo assegurada pelo equilíbrio da gestão do turismo e da preservação das espécies autóctones garantida pela Associação do Parque das Serras das Porto, assim como pelas ações de controlo de espécies invasoras, pelo que esta Associação em articulação com as autarquias, assume um papel importante nesta vertente, favorecendo assim o desenvolvimento sustentável desta região.