Acompanhados por professores de Biologia e Geologia, os alunos chegaram à Estação de Biodiversidade de São Brás de Alportel. Uma Técnica da Câmara Municipal desta vila procedeu então, a uma explicação acerca da tipologia das espécies vegetais que é possível encontrar na zona da serra do Caldeirão.
Os alunos dividiram-se em dois grupos. Um dos grupos partiu para a Ribeira de Alportel, onde procedeu à análise da qualidade da água através da observação dos macroinvertebrados bentónicos presentes na mesma. Para além desta atividade os alunos procederam também à remoção de canas (Arundo donax), uma vez que se trata de uma espécie invasora que constitui uma ameaça para o ecossistema.
O outro grupo partiu para Parizes, local onde iniciou uma caminhada até à Ribeira de Odeleite. Nesta caminhada foi possível observar-se inúmeras espécies vegetais tais como: o sobreiro (Quercus suber), a esteva (Cistus ladanifer), a roselha- grande (Cistus albidus), o rosmaninho-branco (Lavandula viridis) entre outras.
Na Ribeira de Odeleite, após terem sido dadas algumas orientações pelos técnicos de ambiente, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), iniciaram-se os procedimentos para a observação dos macroinvertebrados bentónicos. Assim, procedeu-se ao levantamento de várias rochas submersas e removeu-se para um tabuleiro, com água, a camada de musgo que revestia essas rochas. Em seguida, realizou-se uma observação do conteúdo do tabuleiro de forma a encontrar macroinvertebrados e assim, verificar se a água da ribeira estava poluída ou não. Os alunos aprenderam que: se na água estivessem presentes minhocas de água (oligochaeta) ou larvas de sangue vermelho (chironomidae) queria dizer que a água estava muito poluída; se fossem encontradas larvas de mosquito (simuliidae), dipteras (larvas), sanguessugas (hirudínea), caracóis, escaravelhos (larvas e adultos), bivalves de água doce, libélulas, zygopteras (larvas), libelinhas (anisoptera larvas) ou isópode significava que a água não estava muito boa; se fossem encontrados tricópteros (larvas), efemerópteros (larvas), crustáceos de água doce ou megalópteros (larvas) significava que a água estava boa; se fossem encontrados plecópteros (larvas) significava que a água estava excelente. Os alunos tiveram alguma dificuldade em capturar macroinvertebrados presentes nas rochas, mas os únicos seres que conseguiram observar foram plecópteros, o que significa que a água estava em excelentes condições.
Seguiu-se, então, em direção à Fonte Férrea, outro local onde se pretendia observar macroinvertebrados e concluir sobre a qualidade da água/índice de poluição do local. Acompanhados pelos técnicos, os alunos dirigiram-se para uma zona da ribeira, formaram-se grupos e com o auxílio de uma rede (camaroeira), realizaram-se arrastos no fundo da ribeira. Recolheram-se pequenas amostras desse fundo, onde foi possível encontrar os macroinvertebrados. Confirmaram, através da observação destes seres, que a água estava mais poluída que na estação de recolha anterior, pois foram encontrados maior número de larvas de mosquito (simuliidae), dipteras (larvas) e sanguessugas (hirudínea).
Este método, constitui um procedimento simples, acessível a todos os alunos, dos mais jovens, aos mais crescidos, que permite concluir acerca da qualidade das águas das ribeiras.
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