Esta ação, passou por diversas atividades, tais como manutenção da zona recém-reflorestada, através da limpeza das caldeiras (área do solo envolvente às plantas); nas árvores jovens, colocação de estacas de apoio ao seu crescimento; plantação de novas árvores nos locais em que as anteriores não sobreviveram; controlo de plantas invasoras (arranque de erva da fortuna, acácias, mimosas e corte de austrálias presentes no local); colocação de caixas-ninho nas árvores de maior porte, para apoio à nidificação de alguns animais (pássaros, abelhas e morcegos); recolha de lixo existente no solo bem como junto do rio; monitorização da qualidade ambiental do rio, com o apoio de um kit do “Projeto Rios” e outras dinâmicas.
José Moreira, Greener’s e aluno da OFICINA durante a ação, em conversa com os seus colegas, Luís Ferreira e Diogo Coelho, constatou que: ”é preciso agir, ir para o terreno, (…) e acima de tudo não ter medo de defender uma causa, independente do seu carisma”, acredita que ao ser ativista e ter um papel ativo junto da comunidade ajuda a melhorar problemas, até porque “”não existe futuro sem árvores””.
A organização H2AVE tem desenvolvido na zona envolvente ao Rio Ave várias ações com o intuito de tornar o local cada vez mais limpo e com um maior valor ecológico, para que toda a comunidade possa usufruir dele.
“A H2AVE desenvolve ações há quatro anos, embora tenha sido criada 2 anos antes de iniciar as suas atividades”, afirma José Rodrigues, membro da H2AVE. O objetivo principal é trabalhar a educação ambiental e, como tal, as ações são realizadas por alunos de todos os graus de escolaridade. As atividades são realizadas, sobretudo, na zona da Azenha Velha, em parcelas de terreno da Cooperativa de Ensino Didáxis. Estas parcelas, assim como as vizinhas, estão inscritas e previsto no Plano Diretor Municipal da Câmara de Vila Nova de Famalicão como futuro Parque Urbano de Riba de Ave. “E é esse o intuito: dar um contributo para que esse processo seja concretizado e prossiga o seu decurso normal”.
Com a H2AVE, os alunos dão o seu contributo, com a plantação de árvores autóctones, manutenção e limpeza da zona. Além disto, a associação também realiza palestras de sensibilização ambiental, bem como oficinas com granadas de sementes (cujo propósito passa por lançá-las nos terrenos ardidos ou noutros locais, com vista à reflorestação). Executam ainda a manutenção das plantações e sementeiras.
No período de outono e inverno é feita a recolha de sementes de plantas autóctones, pela H2AVE, nas zonas florestais, que vão depois para os viveiros do Estado, onde são selecionadas e distribuídas, pelas entidades que se candidatam ao projeto “Floresta Comum”. Até ao momento só tem abrangido entidades públicas, como autarquias ou baldios, que posteriormente procedem à sua plantação nas áreas sugeridas.
A associação coopera com as Eco-Escolas da zona, ajudando a fazer sementeiras para mais tarde inserir ao longo das linhas de água, em áreas urbanas, montes e serras. Colabora ainda com outras organizações, como por exemplo: a Quercus, no projeto Floresta Comum (com a recolha e distribuição de sementes); FUTURO – O projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, com o apoio de escuteiros e voluntários e Câmara de Vila Nova de Famalicão, no âmbito da iniciativa 25 mil árvores para 2025.
A instituição participa ainda nas sessões Ambientar-se, uma iniciativa promovida pela Casa do Território, com o apoio da Câmara Municipal. Nestas sessões, as associações do concelho de Vila Nova de Famalicão convidadas e escolhem um tema, tema esse de índole ambiental, selecionam um filme/documentário e no final participam numa tertúlia com o público.
Além disso, também organizam caminhadas, nomeadamente em zonas naturais para as divulgar. Um bom exemplo é a caminhada na Serra da Cabreira, à nascente do Rio Ave, um percurso com cerca de 13Km, e uma duração aproximada de seis horas, uma dinâmica que serve para dar a conhecer à população as nascentes do Rio Ave.
Sara Sá, Greener’s e aluna da OFICINA, comentou, “agora percebo que não basta falar e reclamar por mudanças nas questões ambientais, pois cabe a cada um de nós lutar e fazer a diferença. Se cada uma der o seu contributo, por menor que possa ser, multiplicando isso por apenas 1/3 da população já é uma percentagem que poderá fazer a diferença. Pode parecer um pouco cliché, no entanto, é verdade!”. Apesar de não ter grande experiência revela que “é com a prática que se vai lá”, por isso, considera que “projetos como este devem continuar a ser implementados junto de escolas e de movimentos jovens, porque além de ajudar o Planeta também está a ajudar a criar em nós novas soft skills, tais como relacionamento interpessoal, capacidade de comunicação e interação, trabalho em equipa, entre tantas outras, o que considero que é bastante bom”. Por fim, mencionou que no final de cada ação saía mais rica, uma vez que nutria nela um sentimento de “realização pessoal” com o contributo que deu perante a ação.
O dia começou com exercícios de partilha e de conhecimento mútuo e Mindfulness, com a orientação de Ana Dinis, da EDUPA – Educação Plena, Associação para o Desenvolvimento Pessoal, através do quais, os participantes se ligaram ao local, o que os ajudou a compreender o trabalho que iam fazer, da do que “é fundamental haver esta ligação ao espaço para perceber o papel de cada um nesta ação”, explicou Ana Dinis.
Para Marta Araújo, Greener’s e aluna da OFICINA, confessa que os exercícios de Mindfulness são “uma boa forma para nos ligarmos, antes mesmo de partirmos para o trabalho no terreno. Este momento, permitiu assim, quebrar o gelo, consequentemente, ficamos mais à vontade uns com os outros e mais conectados ao trabalho em equipa que íamos fazer.”
Diogo Coelho, Greener’s e aluno da OFICINA, comentou que: “Todas as ações tiveram o seu impacto, de todas consegui tirar boas aprendizagens, inclusive, considero que é bom haver este tipo de dinâmicas com jovens, porque só damos conta dos problemas quando estamos diretamente ligados a eles, e quantos mais jovens ligados e sensibilizados para estas questões ambientais e de preservação da natureza podemos ir longe e fazer do mundo um lugar melhor.”
Este é um projecto promovido pela Associação YUPI – Youth Union of People With Initiative, Associação de Famalicão em Transição e EDUPA. A iniciativa é apoiado pelo Pelouro da Juventude do Município de Vila Nova de Famalicão, no âmbito do programa “+ Cidadania em Rede”, e pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), através do Programa de Apoio ao Associativismo Jovem.
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