CERCI Lisboa no mapa com o Rock in Rio

No passado dia 28 de junho decorreu uma entrevista com entidades da CERCI Lisboa de forma a perceber o impacto do Rock in Rio Lisboa 2018 na comunidade local.

A Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos com Incapacidades (CERCI Lisboa) “que atente pessoas com deficiência intelectual e multideficiências”, de acordo com a diretora geral, Fátima Duarte, e é a pioneira de todas as CERCI em Portugal. Este movimento arrancou em 1975 com o objetivo de apoiar jovens e adultos e também as suas famílias, que na altura necessitavam de uma resposta mais favorável a nível educacional. Assim, com a ajuda da comunidade em geral e de todos os futuros colaboradores, nasce a CERCI Lisboa. Esta é uma cooperativa sem fins lucrativos que auxilia cerca de 1000 pessoas (dados relativos a 2017).

Segundo Fátima Duarte, Rute Santos (uma das colaboradoras da associação) e o utente Albino, o Rock in Rio demonstra ter um impacto positivo em relação à população envolvente. O Festival não deixa que o Bairro da Flamenga caia no esquecimento, acabando por trazer pessoas de todo o país (e não só) para esta zona do mapa. Também acaba por levar a uma requalificação urbanística, que possibilita uma melhor adesão da população ao espaço verde onde decorre o festival. A diretora afirma ainda que o Rock in Rio investiu na CERCI Lisboa possibilitando a remodelação de uma sala de relaxamento e a oferta de bilhetes aos utentes. Segundo palavras de Albino, utente e morador do bairro, “com o Rock in Rio as pessoas ficam mais contentes (…) e acaba por se tornar numa rotina diferente”.

Na CERCI Lisboa, as crianças até aos 6 anos são acompanhadas por técnicos da instituição na sua residência, após esta idade o procedimento é elaborado nas escolas pelos profissionais da CERCI em mais de uma dezena de agrupamentos de escolas do ensino Básico ao Secundário facilitando a aprendizagem dos jovens. Este Centro de Recursos para a inclusão presta um conjunto de serviços na área de psicologia, terapia da fala, serviço social, terapia ocupacional e fisioterapia, e abrange em média 390 pessoas (novamente, dados relativos ao ano anterior).

As intervenções a partir dos 18 anos consistem em “dar asas” a um novo projeto de vida, que, neste caso, qualifica vários jovens para terem mais uma ferramenta a seu favor que os vai habilitar para o ingresso no mercado aberto de trabalho. Contudo, para alguns destes jovens, após esta idade, a melhor resposta pode passar por um Centro de Atividades Ocupacionais, onde os jovens adultos ou adultos desenvolvem um leque de atividades que vão ser encontradas de acordo com as suas necessidades, expetativas e potencialidades, construindo o seu plano de intervenção. Uma das atividades consiste no aproveitamento de materiais reciclados para a realização da decoração do espaço.

A CERCI Lisboa incute a vertente ambiental no dia a dia, através de pequenos gestos que poderão marcar a diferença, não estando estes necessariamente conectados com uma campanha. Deste modo, torna-se mais fácil não só transmitir os valores da preservação ambiental para todos os seus utentes, bem como torná-los mais conscientes das suas ações. Rute Santos afirma que cada vez que vai ao parque recolhe “materiais que possam ser reutilizados para a elaboração de novos objetos decorativos”.

Para um futuro próximo, o desejo da associação é poder construir mais residências, para proporcionar oportunidades a mais de 150 pessoas que se encontram em lista de espera.

Grupo 5

Ana de Matos, João Pedro Costa, Jéssica Coutinho, Pedro Lázaro, Telma Santos