O Município de Coruche tem, desde 15 de janeiro de 2017, um Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas (PIAAC), cujas principais linhas orientadoras, defende o Presidente da Câmara Municipal, Francisco Silvestre Oliveira, continuam a ser adequadas e implementadas pelo município.
“É necessário identificar as vulnerabilidades para poder definir uma estratégia que dê resposta às problemáticas de Coruche nesta área. E foi isso que fizemos”, afirma o autarca. Quando foi determinado o fim aterro da Raposa, no concelho vizinho de Almeirim, Coruche deparou-se com a falta de condições para o tratamento do lixo orgânico. Assim, como solução surgiu um projeto pioneiro: a recolha de lixo orgânico porta a porta. Em simultâneo, a compostagem passou a ser valorizada, bem como o posterior uso da matéria orgânica como fertilizante.
A eficiência energética tem sido outra das bandeiras do município, sendo o exemplo mais evidente, da atuação nesta área, a substituição das lâmpadas de mercúrio da iluminação pública por lâmpadas LED que, como não libertam energia sob a forma de calor, têm benefícios a nível ambiental e económico. O isolamento térmico do interior dos edifícios é também um dos objetivos do município que, segundo o Presidente da Câmara Municipal, “ainda tem um longo caminho a percorrer, porque envolve um grande investimento”.
Com o propósito de diminuir a emissão de gases nocivos para a atmosfera, a Câmara Municipal de Coruche tem investido na área da mobilidade, através da sinalização de percursos pedestres e ciclovias e do incentivo à utilização de transportes alternativos ou partilhados. As “Campinas”, bicicletas disponíveis para aluguer, encontram-se espalhadas pelas ruas do concelho, e contam com cerca de quinhentos membros ativos anuais.
Uma das grandes preocupações do concelho é o uso de fornos de carvão, localizados na freguesia de Santana do Mato, uma vez que, a produção tradicional de carvão vegetal através da cozedura em fornos liberta uma enorme quantidade de gases tóxicos para a atmosfera. Mas, “vivemos num meio rural, onde muitas famílias obtêm o seu rendimento através deste labor, o que faz com que o término destes fornos seja mais complexo do que um problema ambiental; é também um problema social”, explica Francisco Silvestre Oliveira. Assim, os novos desafios passam por, através da investigação, perspetivar uma alternativa viável no que diz respeito tanto à sustentabilidade, como à empregabilidade.
A agricultura é um assunto que, apesar de não integrar a Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, está na ordem do dia por estar intimamente ligado à questão da sustentabilidade. Em Coruche, grande parte das técnicas utilizadas no cultivo utilizam fertilizantes e pesticidas. “Apesar de não existir nenhum incentivo por parte da câmara para a prática de uma agricultura biológica (em grande escala), implementamos hortas urbanas, com uma vertente biológica, social e económica.”, comenta o Presidente da Câmara, acrescentando que espera que, no Município de Coruche no futuro, este tipo de agricultura seja mais significativa. E, o autarca conclui, “uma vez que a melhor maneira de mudar mentalidades é começando pelos mais novos, a educação ambiental ocupa um papel central no concelho de Coruche, caminhando a par e passo com as medidas propostas pelo PIAAC”.
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