Na sequência da denúncia relativa à existência da acumulação de água junto ao apeadeiro da Bobadela, junto das autoridades competentes, o local foi identificado e georreferenciado, tendo sido a União das Freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela notificada no sentido de proceder à eliminação daquela água estagnada, como forma de controlar o risco para a saúde pública associado à presença de vetores de doenças.
A localização deste potencial criadouro de mosquitos, junto à Linha do Norte, com acesso privilegiado ao principal eixo de circulação ferroviário do país por onde circulam diariamente milhares de pessoas, faz dele um fator de risco acrescido de disseminação de doenças veiculadas por vetores (mosquitos). Este acumular de águas pode ter várias origens, nomeadamente as águas pluviais, sendo, contudo, potenciado pela saturação do solo naquela zona, pelo facto de estar junto à margem do rio Tejo.
Em Portugal o programa REVIVE (Rede de Vigilância de Vetores) investiga, vigia, avalia a presença ou ausência de espécies, mas também a capacidade destas em transmitir doenças, estudando por isso todas as fases de vida dos mosquitos. O controlo/estudo é feito de janeiro a dezembro nos aeroportos, portos e fronteiras do país e de maio a outubro são feitas colheitas de amostras em diversos concelhos do país.
Dos resultados tornados públicos pelo “Relatório REVIVE 2018″ do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, constata-se que foram detetadas espécies invasoras e que a atividade viral detetada tem sido limitada aos flavivírus específicos de insetos não patogénicos para o Homem.
De acordo com a informação disponibilizada pela Agência Portuguesa do Ambiente, a temperatura média do planeta está 0,85ºC acima da temperatura sentida no século XX e para Portugal é previsto que a temperatura média continue a aumentar e que cada vez mais se verifique um menor número de dias com temperaturas frias.
Segundo a Agência Europeia do Ambiente, as alterações climáticas, nomeadamente o aumento da temperatura média do ar, são uma ameaça à biodiversidade, estando muitas espécies animais e vegetais a sofrer mudanças nos respetivos ciclos de vida. As alterações do clima provocam ainda grandes impactos na saúde humana contribuindo atualmente, e de forma significativa, para a carga global de doenças e mortes prematuras. Estas alterações derivam de algumas variáveis como a temperatura e a precipitação e que afetam também o desenvolvimento e comportamento dos vetores. A temperatura pode modificar o crescimento/desenvolvimento da população de vetores, conduzindo ao aumento ou aparecimento de doenças causadas pela maior frequência de picadas e maior área geográfica de contacto com os hospedeiros. A precipitação possibilita ainda a criação de novos habitats, através de acumulações de água, que permite o desenvolvimento de larvas com o consequente aumento da população de mosquitos.
Os mosquitos tal como os restantes seres vivos do planeta estão em constante interação com outras espécies, estando inseridos na cadeia alimentar de algumas espécies.
Eles pertencem à classe Insecta e são conhecidos por serem transmissores de doenças muito importantes e com grande impacto para a saúde pública, como é o exemplo da Malária, da Dengue, da Febre Amarela, da Febre do Nilo Ocidental, dentre outras.
No seu ciclo de vida existem várias fases em que se destacam dois estádios, o aquático e o aéreo/terrestre. A maioria dos mosquitos desenvolve-se em água doce sendo neste meio onde eclodem os ovos e onde se desenvolvem até à fase adulta (aérea/ terrestre).
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