Na freguesia de Lourosa, concelho de Santa Maria da Feira, foi construído um parque verde numa pedreira abandonada, com o objetivo de resolver um problema provocado por um depósito de resíduos. Há cerca de um ano que está disponível a toda a população com zonas de lazer e outras atividades.
Em 1981, a pedreira SIVOPAL abriu com o intuito de extrair granito amarelo, no entanto, ao fim de 5 anos, a empresa abriu falência. Numa das extrações atingiu-se um aquífero que levou à formação de um lago com cerca de 20 metros de profundidade.
O terreno foi abandonado, recorrendo ao incumprimento da legislação (2016/12/CE de 5 de abril), que visa a recuperação paisagística do local. As empresas vizinhas e a restante população depositaram os seus resíduos indiferenciados no local, tornando assim a pedreira numa lixeira a céu aberto. Estima-se que chegaram a existir cerca de 320.000 m3 de resíduos no lago.
A União Europeia quando tomou conhecimento desta situação, aplicou uma multa a Portugal e o concelho viu-se obrigado a solucionar o problema. Sendo assim, a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) em colaboração com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto decidiu desenvolver um projeto para a requalificação da zona da pedreira. O projeto foi a concurso sendo então aceite pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), que financiou o projeto.
Este teve como objetivo minimizar o problema ambiental desqualificador do território, eliminar situações de risco decorrentes da contaminação de áreas afetadas, minimizando os danos nos ecossistemas e melhorar a saúde pública. Desta forma foi utilizado um método de selagem que consistiu em colocar uma membrana impermeável de polietileno de alta densidade impossibilitando a infiltração da água da chuva nos aquíferos.
A Câmara incluiu no projeto a instalação de um parque verde para usufruto da população. Criando assim condições para valorização e integração paisagística, qualificando urbanisticamente o espaço. Foram colocadas 12 espécies arbustivas num total de 812 plantas, bem como equipamentos de lazer e desportivos. O parque inclui ainda uma exposição que visa demonstrar os diferentes tipos de extração de rochas no território nacional.
O projeto realizado teve um impacto muito positivo junto da população e do ambiente. Hoje em dia, o local que antes não passava de uma lixeira é agora um sítio agradável para a prática de exercício físico, realização de eventos socioculturais, convívio em família e outras atividades.
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