As dunas da praia da Tocha desempenham um papel vital na defesa desta vila costeira, pois funcionam como barreira natural que a protege de inundações e avanços de areias.
Este facto não foi impeditivo para a edificação de um empreendimento hoteleiro de luxo e a 23 de Setembro de 2011 avançou, apesar de todas as contestações ambientais, a construção de um hotel de cinco estrelas. Com um investimento milionário de 13 milhões de euros, teria 40 quartos, um auditório equipado com a melhor tecnologia e uma clínica de talassoterapia. Este hotel chamar-se-ia World Hotel Design Concept, com projecto do Arqt. Eduardo Souto Moura, vencedor do Prémio Pritzker 2011.
A grande expectativa de um investimento desta envergadura numa região tão pobre falou mais alto que o impacto ambiental.
Assim, a destruição das dunas tornou-se inevitável.
As obras duraram cerca de um ano, até que o financiamento ao empreiteiro foi interrompido e a construção parou em Outubro de 2012.
Desde essa data, ao visitar a Praia de Tocha, assiste-se a mais uma obra inacabada, um monte de ferro e betão, com todos os perigos que isto implica a nível ambiental e de saúde pública.
Os moradores queixam-se de que o local se tornou um perigo para as crianças, pois as fundações, com cerca de três metros de profundidade, estão cheias de água e já lá terão morrido animais. Para além da destruição de dunas, agora também se questiona a poluição dos lençóis de água e a acumulação de entulho.
A sua demolição é uma opção tida em conta pelos responsáveis.
Enquanto não há uma decisão, aumenta o impacto ambiental em mais uma região costeira do país.
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