Os alunos dos sétimos anos, turmas D, E e F do Agrupamento de Escolas Lima de Freitas, efectuaram uma visita de estudo ao Parque Urbano de Albarquel (PUA), na procura de fósseis.
Houve uma atenção acrescida relativamente ao estado da maré (baixa), para que se pudesse efectuar a pé, todo o troço compreendido entre o PUA e a praia de Albarquel.
Toda esta zona envolvente da Serra da Arrábida (Serra de S. Luís, Gaiteiros, Louro, etc) formou-se há 20 milhões de anos, no período Miocénico. Estas elevações deveram-se à movimentação dos continentes, isto é, o continente Africano continua a empurrar o continente Euro-asiático para norte provocando a Orogenia Alpina e também a elevação da Serra da Arrábida.
No local percorrido, observou-se a estratificação das arribas, em três estratos bem distintos. O estrato de baixo, é supostamente o mais antigo e de cor escura. Esta cor deve-se à presença de algas, cracas (crustáceos marinhos sésseis ) e outros organismos marinhos.
O estrato intermédio evidenciava a presença de muitos calhaus rolados de vários tamanhos, o que prova um grande hidrodinamismo, podendo-se observar conchas e corais fossilizados.
O estrato superior, o mais actual, contém arenitos de granulometria fina, com a presença de vegetação.
Observou-se ao longo da faixa arenosa, vários fragmentos de falésia que foram caindo, ao longo dos sucessivos anos. Nestes conseguiu-se observar mexilhões (Mytilus edulis), caranguejos (classe Malacostraca), anémonas, lapas ( Patella vulgata), algas, conchas de ostras e muitas outras espécies.
Os alunos encontraram ouriços-do-mar fossilizados, que sofrem deformações (achatamentos) ao fossilizar e encontravam-se achatados, devido à sobreposição dos estratos que exercem peso sobre os restos desses seres sujeitos a fossilização. Verificaram igualmente a existência de algumas derrocadas naquela zona que mostravam um grande conteúdo fossilífero nas rochas caídas.
Os alunos poderam observar o pontão da Praia de Albarquel, este é formado por Brecha da Arrábida, cuja exploração foi muito frequente em tempos nesta zona. Actualmente a sua exploração está proibida, excepto para a construção de placas comemorativas. A brecha da Arrábida é um conglomerado calcário cuja granulometria é variada.
Os alunos ficaram fascinados com as belezas naturais de toda a zona envolvente.