O único museu industrial do país, Museu do Papel em Paços de Brandão, continua a fazer história!
O único museu industrial do país, Museu do Papel, tutelado pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira está localizado em Paços de Brandão, junto da ribeira Rio Maior.
Outrora fábrica de papel, criada por Lourença Pinto, em 1822, que transformou os moinhos de farinha herdados para passar a produzir papel.
A matéria-prima utilizada começou por ser trapos de linho e algodão, recolhidos pelos farrapeiros, para a produção de papel de escrita e farrapos de cor para a produção de papel pardo (embrulho).
Os sistemas hidráulicos de toda a maquinaria inerente ao processo de fabrico, desde o moinho de galgas, a pila holandesa, o maxão e a calanga, funcionam com a água que corre na ribeira Rio Maior, visivelmente afetada pelo mau funcionamento das estações de tratamento de águas residuais das indústrias de papel e de cortiça.
Aliado ao aumento do número de fábricas de papel e à escassez de matéria-prima (farrapos), em 1916, a família Ferreira Pais iniciou o processo de reciclagem do papel.
Ao mesmo tempo outras fontes de matéria-prima foram procuradas, sendo experimentado o processo com palha, casca de arroz e de árvores, porém não se revelaram adequadas à produção de pasta de papel.
Em finais do séc. XIX, iniciaram-se experiências com madeira de pinheiro, matéria-prima com qualidades tecnológicas passivas de produção maciça em detrimento da qualidade de papel. Só em 1940 se introduziu o eucalipto como fonte de matéria-prima para a produção de papel, utilizado até aos dias de hoje.
Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, o eucalipto (dominado pela espécie Eucalyptus globulus) é a principal ocupação florestal do Continente, 812 mil há e registou um aumento de 13%, entre 1995 e 2010. Pelas suas propriedades, o Eucalyptus globulus é considerado pelos especialistas mundiais como a árvore de fibra ideal (comprimento curto e muito homogéneo) para papéis de impressão e escrita, que se caracterizam por uma grande suavidade, uma excelente rigidez e fortes resistências em húmido que conferem qualidades únicas ao papel português.
Atualmente, o Museu produz papel reciclado com uma periocidade semanal ou mensal, continuando a fazer história.
Ana Fonseca – Escola Secundária Almeida Garrett; Cármen Moreira – Escola Secundária Gaia Nascente; Catarina Soares – Escola Técnico-Profissional de Cantanhede; Diana Oliveira – Escola Profissional e Artística da Marinha Grande; Elisabete Nunes – Escola EB 2,3 da Madalena; Michael Teixeira – Escola Técnico-Profissional de Cantanhede; Odete Melo – Escola EB 2,3 da Madalena; Sandra Costa – Agrupamento de Escolas Frei Gonçalo de Azevedo; Sandra Rodrigues – Escola Secundária Gaia Nascente; Tiago Couto – Oficina Escola Profissional do INA; Yara Oliveira – Escola Secundária Almeida Garrett
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