E quando já não houver “volta a dar”?

Atualmente fala-se de políticas de proteção ambiental, de desenvolvimento sustentável e outros quantos palavrões. No entanto, basta uma simples pesquisa num motor de busca para se ser bombardeado com notícias deprimentes acerca do estado das praias nacionais, por exemplo.

Anteriormente referi e clarifiquei o conceito de overshoot day e, para isso, recorri às palavras recursos naturais. Estes subdividem-se em não renováveis, ou seja, aqueles cuja taxa de renovação é inferior à sua taxa de utilização, pelo Homem; e recursos com uma elevada capacidade de renovação, os renováveis, que, em princípio, estarão menos ameaçados. Em princípio, disse eu. Atualmente assiste-se à sobre-exploração deste último tipo de recursos pelo que a sua existência permanente não está, de todo, assegurada. Um exemplo muito fácil para se conseguir perceber é o seguinte: segundo o jornal Público, a pesca da sardinha, em Portugal, “continua proibida até 21 de maio e limitada até 31 de julho” [a notícia foi publicada a 30/04/2018]. Analisemos a situação se esta medida não tivesse sido implementada! Numa determinada área, vários eram os barcos que se dedicavam à pesca da sardinha, por ser um negócio rentável. A determinada altura, atingia-se o ponto-limite, chamemos-lhe assim, mas… O negócio continua a ter rentabilidade. Porquê parar? A pesca da sardinha continuava, sem qualquer limitação, até que, naquela área, toda a sardinha desapareceria, afetando, por isso, toda a teia alimentar e respetivo ecossistema. Por conseguinte, afetando aquele equilíbrio de que falava no início.

A proteção ambiental, assente num desenvolvimento sustentável (perspetiva segundo a qual os recursos devem ser utilizados de tal forma que não sejam comprometidos para as gerações futuras), pressupõe todo um conjunto de medidas que passam pelos mais diversos níveis, quer seja a ação legislativa dos governos ou a ação individual de cada cidadão.

E temos sempre de ter presente que nós somos os intrusos neste Planeta. Isto é, foi o planeta Terra que nos acolheu e não o contrário!