Em Braga procura-se promover a polinização das plantas por abelhas

Após ter apostado na reabilitação de espaços verdes da cidade, o Município de Braga promove a polinização por abelhas melíferas no Parque das Camélias e Parque Picoto.

Aspeto do Parque das Camélias // Fotografia Filipa Tavares

É com um olhar para o futuro que para o vereador do Ambiente e Alterações Climáticas, Altino Bessa, o município de Braga “tem explorado formas de transformar o Parque das Camélias, Parque Picoto, Quinta Pedagógica e espaços verdes de escolas, em locais que contribuam para a educação ambiental, experimentação de soluções amigas do ambiente, divulgação e disseminação de boas práticas”. Algumas das soluções encontradas para proteger o habitat das abelhas melíferas, passam por “reduzir a frequência do corte da relva e vegetação espontânea, como margaridas e dentes-de-leão, cuja floração tem como função alimentar as abelhas”. O município aposta ainda na colocação de placas, que informam os cidadãos sobre a importância do crescimento de plantas para a proteção das abelhas. Ainda que focada nas abelhas melíferas, emblemáticas pelo seu aspeto ambiental, social e económico, esta medida beneficia todos os polinizadores: vespas, borboletas, formigas, entre outros.
Outra reconhecida ameaça às abelhas melíferas autóctones, tendo um papel significativo na diminuição do seu papel polinizador e da produção de mel, acrescentou Altino Bessa, “é a proliferação da vespa velutina, mais conhecida por vespa asiática”, segundo dados apresentados pelo município, os Bombeiros Sapadores de Braga destruíram 1 156 ninhos deste inseto, apenas no ano de 2023, registando-se o número mais elevado de sempre de ninhos destruídos na zona pelas autoridades competentes.
Há mais de vinte mil espécies de abelhas em todo o mundo, cerca de 750 espécies diferentes em Portugal, e estas têm um papel fundamental na preservação da biodiversidade. Sem a polinização das abelhas, assistiríamos à diminuição de 70% a 80% da flora mundial que depende da polinização por insetos e ao fim de muitos produtos alimentares que conhecemos.
Sem elas, 90% de aproximadamente 369 000 espécies de plantas com flores em todo o mundo não se conseguiriam reproduzir, sublinha o Centro de Ciência Viva, acrescentando que as abelhas são responsáveis por cerca de 80% da polinização das culturas vegetais a nível mundial. Além disso, estima-se que 70% da agricultura global depende da intervenção das abelhas. Estes dados tornam-se particularmente importantes uma vez que as alterações climáticas, os incêndios rurais e a crescente transformação de solos naturais, como florestas, matos e pastagens, em zonas urbanas e agrícolas, têm contribuído para a diminuição da população de abelhas.

Borago Officinalis (borragem) com uma abelha // Fotografia Filipa Tavares

1 Centro de Ciência Viva (2024). Polinizadores em Ação (projeto). Disponível em: https://www.cienciaviva.pt/aprenderforadasaladeaula/index.php?accao=show_obj&id_obj=1532. Consultado em 04 de maio de 2024.