Jra: Em que consiste a Bioblitz?
L.L: É um evento de 24 horas que permite identificar a biodiversidade de uma zona verde utilizada no dia a dia.
Jra: Aonde vai decorrer ?
L.L: Todas as actividades são no Campo Gambelas, Faro.
Jra: Quais as dificuldades que tiveram na organização deste tipo de actividade?
L.L: Tivemos falta de patrocínios, também demora da sua resposta. O pessoal especialista que particpou aderiu logo, foram super prestáveis. É um evento com pouca gente que organiza ,mas activa.
Jra: Foi díficil arranjar parcerias para este evento?
L.L: Tivemos dificuldades em arranjar material,.Por exemplo a Câmara Municipal de Tavira só arranjou os stands à última da hora.
Jra: Quais as principais objectivos deste evento?
L.L: Os nossos principais objectivos é a identificação pelos participantes do maior número de espécies, maior projecção e divulgação, tanto do evento como o trabalho da Scieaena, e claro a diversão.
Jra: Como cativam a população para vir a este evento ?
L.L: Permitimos que a população tenha contacto com a as diferentes espécies que há no campus de Gambelas.
Jra: Qual o propósito da escolha do campus de Gambelas pertencente à Universidade do Algarve?
L.L: Primeiro porque estudámos aqui, depois é proximo da Ria Formosa e finalmente por ser um sítio muito interessante em termos de biodiversidade.
Jra: Que profissionais estão a colaborar neste projecto?
L.L: Alguns dos profissionais são a Prof. Celeste Silva, Prof. Fátima Amaro, etc. Todas eles são pessoas com qualidade na sua área.
Jra: Que pessoas estão a trabalhar na organização desta actividade?
L.L: Essencialmente ex -alunos do campus de Gambelas.
Jra: Como nasceu a ideia de organizar este projecto em Portugal?
L.L: Um colega nosso teve conhecimento desta actividade, achou-a boa e a partir daí a SCIAENA pegou nela e concretizou-a.
Jra: Em que consite a Sciaena?
L.L: A Sciena( Associação de Ciências Marinhas e Cooperação), entidade sem fins lucrativos, é de âmbito nacional e internacional. Têm diversos projectos, um deles é o BioBlitz 2008.
Jra: Que actividades estão a decorrer no Bioblitz?
L.L: Estão a decorrer actividades de especialidade, saídas de campo, palestras, cinema e o concurso de fotografia digital.
Jra: Acha importante este tipo de iniciativas?
R.S: Claro. A universidade é um dos apoiantes, assim como o grupo de pessoas que organiza. São ex-alunos da universidade que vieram ter com a faculdade e dissemos que sim. Ficámos contentes por se terem lembrado de nós.
Jra: O seu tipo de apoio foi importante para a realização deste tipo de evento?
R.S: Sim, foi um apoio imediato. Na altura do contacto foi só o lançar da ideia, eles andavam à procura da receptividade . Mostrámos abertura na realização deste evento.
Jra: Todos têm a ganhar com este tipo de iniciativas?
R.S: Este tipo de evento é importante porque reúne especialistas de indentificação de seres vivos, e traze-los para contactarem com os esdudantes, professores, que nem sempre têm o conhecimento sobre várias matérias, é bom. Mostrar à população técnicas de observar os animais e esta ficar pasmada com a quantidade de organismos que existem.
Jra: Esta actividade poderá ser importante na preservação deste campus, que tem muito espaço verde?
R.S: É um campus ideal, poucas universidades têm espaços verdes como este. É bom ficar com uma listagem das espécies existentes neste espaço. Seria diferente faze-lo dentro de 6 meses. Fica toda a gente a ganhar, poderá nascer aqui um bom arquivo fotográfico de identificação das espécies que há aqui.
Jra: Quais são os maiores problemas do Algarve?
R.S: A rápida construção habitacinal em pouco tempo e a falta de chuva. Apesar de haver água no subsolo, a impermeabilização dos solos provoca a desflorestação e a erosão. A norte do Algarve existe mais espaços verdes, se não tivermos cuidado na utilização da água, no modo como a utilizamos, que é mais do conhecimento das pessoas que trabalham na Geologia, os espaços verdes tendem a ser cada vez menos.
Jra: Acha que se começa a fazer o suficiente pela educação ambiental?
R.S: Já se faz muita coisa pela educação ambiental hoje em dia, mas há um problema que continuam a acontecer, que é a percepção das pessoas pensarem que os problemas só acontecem aos outros e não a eles. É preciso ter consciência que a mínima coisa que fazemos poderá ter influência no ecossistema. Há pessoas que não acreditam na ciência e é preciso explicar o quão boa é a descoberta científica. Ainda temos tempo para agir mas já se notam alterações [climáticas]. Quando chegarem tempos mais díficeis vamos ver o que poderemos fazer.
Jra: Esta actividade poderá ser espalhada por outros locais do país?
R.S: Espero que sim, que outros locais “ouçam” este evento, que nos contactem, estamos disponíveis para ir a esses locais e mostrar o evento. Muitas zonas poderiam beneficiar e mostrar à população aquilo que existe no local onde vivem.