“Se algum dia acabarem com a Amazónia, o mundo estará perdido”

 

No dia 20 de Maio de 2016  no backstage da EDP Rock Street  do Rock in Rio Lisboa, Nino Silva, músico, percussionista e bailarino brasileiro, foi entrevistado com o intuito de perceber a sua opinião sobre o Rock in Rio Portugal, a sustentabilidade do mesmo e a forma como foi recebido.

Entrevista a Nino Silva

Entrevista a Nino Silva

JRA – Esta é a sua primeira vez no Rock in Rio Portugal?

Nino – Não é a minha 1.ª vez no RiR, participei em todas as edições mas com diferentes empresas, este é o primeiro ano que trabalho diretamente com a organização do RiR, estou muito feliz.

JRA – Como é que está a ser a sua experiência aqui no backstage?

Nino – “Trabalhamos com diferente pessoal a cada edição no RiR e precisamos de nos sentir confortáveis no backstage. No palco, existe uma troca de energias entre o público e o artista e é crucial passar esse conforto para quem nos está a ouvir”.

JRA – O que acha do RiR estar a implementar um projeto de sustentabilidade como o Amazonia Live?

Nino –Sim, é espetacular, o projeto Amazonia Live não devería ser só nosso, mas do mundo. O que o RIR está a fazer de replantar árvores é muito bom. Pequenos eventos também poderiam fazer mais por isso, basta apenas um começo, porque, no final, todos apoiam as causas. Se algum dia acabarem com a Amazónia, o mundo estará perdido.

JRA – Como é que foi sair do Brasil, sua terra natal, e vir para Portugal?

Nino –Estou cá há 15 anos. Temos de nos adaptar, foi difícil entrar num país diferente. Disse a mim mesmo: “só desisto quando estiver no chão a rastejar”. Apesar de tudo, sinto-me feliz.

JRA – Sofreu algum tipo de represália ao chegar ao nosso país?

Nino – Não me posso queixar, muita gente pergunta se sofri de racismo, não sofri, não fui mal educado. Aprendi a observar de longe e a analisar as situações antes de entrar em conversas, por exemplo. Tenho um filho com dez anos que sofreu algum racismo na escola por causa do seu tom de pele, pois destacava-se dos seus amiguinhos da escola mas hoje está tranquilo e é um menino muito inteligente, ouço isso de todos.”

JRA – O que acha do povo português?

Nino – Ao longo do tempo aprendi uma coisa com vocês… Quando vocês gostam de alguém, gostam mesmo! Quando não gostam, não há volta a dar.

 

André Ventura; Joana Silva; Petra Santos