Quando chegou ao Parque Nacional Gombe, em 1960, o que esperava encontrar?
Tinha como objetivo apenas viver o sonho de estar no meio de animais selvagens, não havia outro objetivo em mente.
Tinha alguma técnica particular de observação?
Todos os dias procurava os chimpanzés e anotava todos os seus comportamentos. Hoje em ciência chama-se a esta técnica observação ad libitum. Para melhor os identificar, foram atribuídos nomes a cada chimpanzé e os elementos de cada família tinham nomes começados pela mesma letra.
Atualmente o trabalho de campo parece exigir uma metodologia muito rigorosa. Considera que é possível conduzir observações como a que realizou?
Sim, e a mesma é feita ainda e incríveis descobertas são feitas desta forma!
Qual considera ser a sua descoberta mais importante?
A descoberta de que os chimpanzés, tal como os humanos, fabricam e usam instrumentos foi a mais importante. Na altura pensava-se que esta característica era o que distinguia os humanos dos restantes animais. Inclusivamente Louis Leakey quando soube do sucedido proferiu uma frase que ficou famosa para a história “Teremos agora que redefinir “instrumento”, redefinir “humanidade” ou aceitar os chimpanzés como humanos”. Esta descoberta revolucionou a ciência na altura e permitiu que o financiamento para a estadia no Gombe fosse alargado e consequentemente o estudo pudesse continuar.
Há algo que considera ter aprendido com os chimpazés que a ajudam a lidar com as pessoas?
Num dos seus livros, a Dra Jane conta que quando foi mãe uma das suas principais “professoras” foi uma chimpanzé que era uma mãe extremosa. Observar a forma calma e atenta como ela criava os seus filhos ajudou-a a criar o seu próprio filho.
Num determinado momento a Dra Jane Goodall decidiu deixar o trabalho de campo e seguir uma vida ligada ao ativismo ambiental. Qual o motivo que a levou a tomar esta decisão e a viajar pelo mundo inteiro para realizar palestras?
Esta escolha está associada ao facto de reconhecer que o Gombe era um pequeno oásis e que era necessário salvar a natureza e os animais e que só uma alteração nos padrões comportamentais das pessoas permitiria chegar a este objetivo. Se cada um de nós tiver consciência do impacto das nossas ações e tiver a consciência que cada escolha que fazemos tem um impacto e que as nossas escolhas diárias podem salvar o mundo iremos fazê-lo.
Passa a maior parte do ano a viajar. Onde é que se sente em casa?
A Dra Jane sente-se em casa na casa onde cresceu, em Inglaterra, onde atualmente vive a sua irmã e na qual gosta sempre de passar alguns dias e no Gombe.
Tem esperança no futuro?
Nunca é demasiado tarde. A Dra Jane é uma pessoa optimista! Ela acredita que aos poucos o mundo está a mudar e acredita veementemente no poder dos jovens enquanto agentes de mudança
Turmas 6.º B, 6.º C, 8.º D e 9.º C
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