Espelhos de Água

No dia 09 de Janeiro participámos no projeto DESCOBRIR dinamizado pela Fundação Calouste Gulbenkian como intervenientes numa oficina de formação sob o tema “memórias animadas”. Alguns de nós nunca tinham visitado a Gulbenkian e a primeira reação, perante o edifício e o espaço verde que o rodeava, foi de deslumbre. Sentimo-nos muito bem, primeiro no interior (onde passamos a manhã), em espaços de trabalho amplos e confortáveis, rodeados de fabulosas paisagens que, ora nos apelavam para a sua proximidade, ora nos proporcionavam um olhar que se perdia nas cores que nos circundavam. Respirámos verde e ouvimos o silêncio!

À tarde, o nosso objetivo era conhecer e registar fotograficamente os jardins da Gulbenkian, fomos, por isso, apetrechados com os nossos equipamentos fotográficos. Porém, o tempo surpreendeu-nos com uma tarde chuvosa e a nossa primeira reação, apesar de reconhecermos que a chuva nos traria algumas vantagens em termos de luz e de cor, foi de desânimo, mas a beleza do lugar, rapidamente se sobrepôs aos nossos receios. Protegemos as nossas máquinas e, entre uma corrida e outra (onde nos protegíamos da chuva), fomos desbravando aquele fabuloso jardim, ficando com a certeza de que tínhamos de voltar e também de que o nosso poeta, Fernando Pessoa, tinha toda a razão ao afirmar que “um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem, cada um é como é…”

O desafio que nos foi proposto pressupunha um olhar atento e único/distinto sobre o que nos rodeava. Procurámos, formas, cores, ambientes, luzes que nos permitissem distinguir o nosso olhar e a eternização daqueles momentos, através do registo fotográfico. A reflexão das imagens envolventes, nos espelhos de água que a chuva ia construindo, proporcionou-nos esse olhar diferenciado que nos deslumbrou, não só pela variedade de motivos fotográficos mas também pelos efeitos plásticos que fomos descobrindo. Deixamos-vos algumas imagens e também a certeza de que é um espaço que merece a atenção de todos nós. VISITEM A GULBENKIAN!