“Está Tudo Conectado” no Rock in Rio Lisboa

O Rock in Rio Lisboa 2018 promete “trazer a floresta para o dia-a-dia das pessoas”, afirma Dora Palma, coordenadora do projeto social do festival, através de projetos financiados pelo Sê-lo Verde 2018.

O Programa “Sê-lo Verde”, desenvolvido no âmbito do Fundo Ambiental, tem como objetivo a valorização e a promoção da vertente ambiental de eventos, com abordagens criativas de sensibilização e de ação. Os projetos apresentados pelo Rock in Rio incluem-se nas medidas relacionadas com a energia, as emissões e a educação.

No contexto do projeto “Pela defesa do clima”, o festival adotou medidas como zero emissões de carbono nos transportes, incentivando o uso da bicicleta e estabelecendo parcerias com a Comboios de Portugal-CP, a Fertagus e o Metro de Lisboa.

Figura 1-Os Escoteiros de Portugal são um dos elos que permite a divulgação da campanha “Está Tudo Conectado”.

“Em 2006 ao fazermos a compensação da pegada carbónica realizámos um inventário de emissões que nos permitiu ter um retrato daquilo que seriam as nossas maiores fontes de poluição. Desde então definimos um plano para atuar nesses focos. Concluímos que é a deslocação do público que está associada a mais de 50% da nossa pegada carbónica e tínhamos de fazer algo sobre isso”, referiu Dora Palma. Neste sentido a aplicação do programa “Pela Salvaguarda dos Recursos” procura reduzir a produção e otimizar a gestão dos resíduos; exemplo disto é a distribuição de copos reutilizáveis durante o evento e a separação de resíduos na ordem dos 70%.

“Por uma Floresta Verde” é outro dos projetos desenvolvidos na edição de 2018 que pretende mostrar a presença da floresta na vida das pessoas e a sua importância como fonte de recursos. “Este ano adotámos o tema da importância da floresta no nosso dia a dia, envolvendo a reflorestação, limpeza, criação de habitats e sensibilização. É um projeto abrangente, em parceria com a Liga de Proteção da Natureza (LPN), a entidade técnica que o vai implementar no terreno”, explicou Dora Palma. A Plataforma “Está Tudo Conectado”1 foi criada para partilhar projetos portugueses de conservação da floresta e biodiversidade por forma a mobilizar e sensibilizar o público.

“Vai ser concretizado no outono e é um projeto de participação cívica de mobilização e implementação de medidas muito simples, que contribuem para aumentar a diversidade das nossas florestas. Vamos realizar ateliers para construção de caixas de ninho para passeriformes e bombas de sementes, envolvendo as pessoas com a floresta, para quebrar a barreira que se criou entre a natureza e a sociedade, mostrando que realmente está tudo conectado”, explicou Ana Rita Martins da LPN. Os interessados podem fazer parte da ação como voluntários, fazer donativos a pequenos projetos associados à causa, comprar uma pulseira no festival ou aos Escoteiros de Portugal, e ainda licitar em leilões de guitarras autografadas por alguns dos artistas que atuam no RiR. A receita irá reverter na totalidade para a LPN para pôr o projeto em prática.

Figura 2 – “A campanha foi muito falada nos meios de comunicação social e na plataforma digital muita coisa aconteceu(…) acho que as estratégias implementadas no Rock in Rio são bem executadas, sendo por isso bem sucedidas”, explicou Ricardo Carriço.

A divulgação da campanha passa pela promoção de vídeos através dos meios de comunicação, com a participação de embaixadores de diversas áreas artísticas e dos media. O ator Ricardo Carriço é uma das caras que promove o projeto e realça que “a floresta somos nós, a floresta faz parte do ar que respiramos, daquilo que nós consumimos no nosso dia a dia, do chão que pisamos (…) faz parte da nossa identidade cultural.”

A floresta está cada vez mais presente nos media, sendo essencial para a sua qualidade e funcionamento, como reforça Filipa Galrão, radialista da Megahits e embaixadora da campanha “Está Tudo Conectado”: “nós temos os emissores nas florestas, precisamos das florestas para construir o nosso estúdio insonorizado, precisamos da floresta para o papel onde escrevemos o nosso guião, e até para o microfone que usamos”. Os meios de comunicação social são a ferramenta de partilha de informação deste projeto e de muitas ações atuais no âmbito da sustentabilidade. O jornalista da SIC, João Moleira, considera que “os meios de comunicação têm uma enorme influência, uma vez que partilham as inovações tanto ao nível do RiR, como do dia a dia. Todos esses temas passam a ser notícia porque interessam aos nossos telespectadores. O nosso trabalho como jornalistas, quer estejamos mais ou menos sensíveis aos temas, é contar o que se passa”. No entanto, Ana Galvão, radialista da Renascença tem uma perspetiva diferente e considera que a rádio devia abordar mais temas relacionados com a sustentabilidade ambiental e vê na campanha “Está tudo conectado” uma oportunidade para disseminar mais informação de forma pessoal: “No dia em que apresentámos a campanha, muitos dos jornalistas presentes provavelmente nunca tinham pensado nas coisas que se falaram lá. E eles têm filhos, e esses filhos têm colegas. Por mais pequena que seja a propagação, pode alcançar muito mais gente.”

Desde 2006, o RiR tem procurado encontrar soluções sustentáveis para compensar a pegada carbónica do festival, aliando-se a projetos de reflorestação, educação ambiental e minimização dos seus impactes. Estas preocupações refletem-se nos comportamentos dos festivaleiros, promotores e parceiros do evento que podem ser cada vez mais participativos. João Moleira reforçou que “o Rock in Rio tem capacidade de se reinventar de uma maneira extraordinária. Edição após edição trazem uma nova consciência ambiental e novos projetos”.

 

1https://www.estatudoconectado.pt/

Grupo 3

Bernardo Moura , Joana Pedro , Joana Freitas , Manuel Farias