Durante os meses da estação do verão, esta praia é muito frequentada pelos turistas, que vêm de férias e querem relaxar, como também pelos habitantes locais, que as usam para praticar desporto ou descansar. Logo, quando utilizam estas praias essas pessoas produzem os seus resíduos e algumas não se mostram muito preocupadas em separá-los ou reciclá-los corretamente, e, consequentemente, provocam a acumulação destes nos diversos caixotes, principalmente no lixo comum.
Um dos motivos deste ato é mesmo a falta de ecopontos como nos disse um homem local na idade adulta que caminhava nos passadiços da praia da Barra: “acho que há uma falta de distribuição de ecopontos aqui nos passadiços e mesmo no areal”. Além disso, num dos cafés que fica à beira mar, foi nos dito que, embora o café se preocupe com a manutenção da separação e reciclagem dos resíduos, tendo o cuidado de o separar corretamente, os seus clientes não mostram o mesmo empenho, uma vez que, normalmente, a maioria das pessoas que usufruem deste espaço está de férias, pretendendo descansar, não demonstrando interesse por estas questões ambientais.
Assim, de forma a resolver este tipo de problemas, na opinião da professora Carla Dilar, coordenadora do Eco-Escolas da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré: “durante os meses de verão, se calhar, deviam ser mais (os ecopontos) mesmo às saídas da praia porque durante o mês de agosto vê-se muito lixo do lado dos recipientes” e segundo um dos alunos desta mesma escola, ele considera que “não é necessariamente preciso existir um ecoponto em todas as saídas da praia, mas ao existir (se estiverem bem visíveis) as pessoas podem lembrar-se, da vez seguinte, de fazer a reciclagem.”.
Segundo a mesma docente, nas limpezas de praia realizadas pelos alunos da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, os resíduos mais encontrados são as beatas de cigarro, o grande problema da maioria das praias, e as garrafas de plástico, cujas quantidades que são encontradas no areal têm vindo, felizmente, a diminuir.
Nestas mesmas ações de limpeza de praia, os alunos mostram-se mais empenhados quando estas ocorrem durante o fim-de-semana, uma vez que nesta altura os pais mostram-se mais disponíveis para os levar até às praias, do que quando ocorre ao longo da semana, em que já tiveram aulas nesse dia e, por isso sentem-se mais desgastados fisicamente para se envolverem neste tipo de projetos.
Também segundo a professora Carla Dilar, os alunos dizem que se tornariam mais empenhados se existisse algum retorno pelo seu trabalho, quer no âmbito da separação de resíduos, quer no âmbito de outras problemáticas, que para se resolver necessite de alguma ação pela parte das pessoas, uma vez que esta recompensa serviria como um incentivo à população, tal como acontece com as garrafas de plástico em alguns países europeus, nomeadamente na Alemanha, em que quando as pessoas devolvem-nas recebem também uma percentagem do dinheiro que gastaram para adquirirem-nas.
Assim, para resolver o problema destas praias é necessário adicionar mais ecopontos quer às saídas do areal, quer ao longo dos passadiços, deixando-os bem visíveis, ou até criar um sistema de recompensas a fim de motivar as pessoas para esta causa. Outra opção, seria para o caso dos fumadores em que se podia disponibilizar mais cinzeiros e dispositivos portáteis e móveis para o descarte correto das beatas, com o objetivo de diminuir as mesmas no areal e ajudar a melhorar a “saúde” das mais diversas praias.
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