Estufa Fria: um olhar pelas plantas do mundo

Projetada por Raul Carapinha, ergue-se no parque Eduardo VII uma galeria de espécies vegetais encontradas pelo planeta que, até hoje, serve de inspiração e estudo aos que por lá se aventuram. É nesta vertente que, no dia 21 de novembro, os alunos da Escola Profissional de Ciências Geográficas visitam o espaço.

Inicialmente uma pedreira, na viragem do século XIX, o complexo da Estufa Fria é inaugurado em 1933, abrindo as suas portas para o público poder conhecer mais de 300 espécies vegetais. É neste intuito, que os alunos do 2º ano do Curso de Gestão Ambiental da Escola Profissional de Ciências Geográficas visitam o espaço no dia 21 de novembro, a fim de terem um contacto mais próximo com a variedade de plantas que existem e compreenderem as suas diferentes características morfológicas e necessidades de adaptação.

É possível encontrar uma diversidade enorme de plantas pelas estufas

 

Acompanhados por duas monitoras, Carminda Tomás e Albertina Fonseca, a visita iniciou-se com uma breve explicação sobre a estruturação do espaço e a distribuição das espécies vegetais. Deu-se início ao trajeto pela Estufa Fria, onde se verifica uma maior predominância de fetos, seguindo-se depois para a Estufa Quente, zona de espécies tropicais, e, finalmente, através da Estufa Doce, na qual dominam os catos. Entre explicações, os alunos aprenderam também acerca da manutenção das diferentes zonas, havendo maior ênfase na forma como a poda é realizada. Regra geral, esta implica um corte diagonal, de maneira a permitir que a água escorra pela planta sem se acumular.

A rega das estufas, explica-nos Carminda Tomás, é feita, maioritariamente, pela chuva, durante a época de outono/inverno, na Estufa Fria. Contudo, nas Estufas Quente e Doce, esta é realizada manualmente, cerca de três vezes por semana, com água captada da nascente existente na pedreira. A existência desta nascente comprometeu a exploração da pedreira, culminando no seu encerramento.

Albertina Fonseca retoma a atenção do grupo para a poda, destacando um canteiro de hortênsias, cujos ramos se encontravam cortados na diagonal. A monitora explica, com maior detalhe, que se o corte fosse feito na horizontal, a água infiltrar-se-ia na planta que, ao acumular, poderia causar o seu deterioramento.

A estufa encontra-se distribuída em 3 grandes zonas

Seguem-se várias explicações acerca dos espécimes, destacando-se os autóctones, nomeadamente, o azevinho (Ilex aquifolium), a hortênsia (Hydrangea macrophylla) e o teixo (Taxus baccata), conhecida como “a planta da vida e da morte” devido à venenosidade de toda a planta exceto o fruto. No decorrer da visita, as monitoras continuaram a realçar algumas curiosidades sobre as plantas, como por exemplo, a gigante dos Açores (Gunnera chilensis), uma espécie invasora oriunda da Patagónia, ou a bananeira (Musa acuminata) que, apesar do seu tamanho, se classifica como uma herbácea (erva gigante).

Os fetos são uma visão comum por toda a estufa

Carminda e Albertina alertam o grupo para a questão das alterações climáticas, explicando que, devido ao calor e à falta de humidade que se têm verificado nos últimos meses, certas espécies adaptadas a climas quentes continuam a florir, o que em condições normais não aconteceria.

A hortênsia é um exemplo do efeito das alterações climáticas

Como último destino, os alunos visitaram a exposição “Os Dinossáurios vão à estufa”, organizada pelo Centro de Ciência Viva de Estremoz e a Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora.