ETA do Enxoé – Serpa

ETA-serpaNo passado dia 17 de outubro de 2012 os alunos do curso de técnico de gestão do ambiente da escola secundária de Serpa realizaram uma visita de estudo à ETA da Barragem do Enxoé, Serpa, acompanhados pela Sra. Enga. Ângela Valadas, que forneceu as informações que permitiram a realização desta reportagem.

Esta barragem foi concluída em 1998 e, desde então, faz o tratamento das águas da albufeira. Este espelho de água tem um volume de 12,5 , do quais 0,9  são chamados o volume morto, ou seja, no fundo da albufeira – lamas e água imprópria para o consumo. A cota máxima da barragem é de 176 m, mas à data da visita era de 133,30 m.

ETA-Enxoé

Várias fontes de poluição afetavam esta albufeira, tais como, a má qualidade da ETAR de Vale de Vargo, uma aldeia próxima, os efluentes de uma queijaria, na Herdade da Abobada, e o gado que se pastava junto às suas margens. Devido a estas fontes de poluição a barragem ficou muito degradada/contaminada, sendo uma das principais consequências o excesso de algas. Em 2006/2007 as Águas Públicas do Alentejo, em parceria com a EDIA, e com o INAG, com o objetivo de tratar a água da albufeira, implementaram uma série de medidas, nomeadamente, o reforço das vedações, que impediram a aproximação do gado à água, a abertura de valas para a filtração e retenção de águas, que minimizaram as escorrências para a albufeira, a construção de uma nova ETAR em Vale Vargo, a funcionar com as devidas condições, e o aumento do paredão da albufeira, que permitiu aumentar a capacidade da albufeira em .

A Barragem do Enxoé é formada pelas seguintes infraestruturas: Paredão; Descarregador de superfície; Descarregador de fundo (desativado); Torre de Captação. Também foi construído um canal ecológico, com o objetivo de deixar sair água para a Ribeira do Enxoé.

De acordo com o Decreto lei nº236/98, 1 de Agosto a água do Enxoé está classificada em A3, águas de má qualidade, pelo que são complexas as etapas do tratamento das águas. Começa pela captação da água na albufeira, transporte gravítico para a ETA, e pré-oxidação com o dióxido de cloro. A água entra na ETA, é arejada e oxidada com óxido de ferro e manganês e, depois, vai para o 1º tanque de mistura/oxidação com óxido de cloro, que contém um agitador que serve para misturar o reagente. A água passa para a 2ªcamara de mistura, onde se adiciona o coagulante, que tem a função de juntar as partículas, e, de seguida a água passa para a 3ª câmara de mistura, que tem um agitador lento, que tem como objectivo promover o crescimento dos flocos. A água vai então ser distribuída por dois decantadores, onde se adiciona carvão ativado em pó, que é um adsorvente e faz com que o ferro e o manganês fiquem agarrados à sua superfície. Faz-se então a decantação, que separa a fase sólida da líquida e, de seguida, a filtração, que se faz em três tanques, cujo fundo é formado por areia grossa, intermédia e fina, e que fazem com que as partículas fiquem lá agarradas.

As lamas resultantes do tratamento são tratadas numa cisterna onde ocorre uma decantação. As águas resultantes com baixo teor de substâncias dissolvidas vão para a ribeira do Enxoé e as com alto teor são ensacadas e encaminhadas para o aterro em Beja.

As análises às águas são constantes, e servem para controlar o processo de tratamento, e dizem respeito aos seguintes parâmetros- pH, ferro, manganês, alumínio, turvação, dióxido de sódio e azoto amoniacal, garantindo a qualidade da água da rede aos consumidores finais.