No passado dia 6 de Novembro de 2012, os alunos do curso profissional de técnico de gestão do ambiente realizaram uma visita à ETAR de Serpa, com o objectivo de saber como são tratadas as águas residuais antes de serem lançadas nos cursos de água. Com as informações veiculadas pela Sra. Enga. Ana Soares, que os acompanhou, os alunos elaboraram a presente reportagem.
A Estação de Tratamento de Águas Residuais de Serpa esteve a cargo da Câmara Municipal de Serpa até Setembro de 2010, data em passou a funcionar sob responsabilidade das Águas Públicas do Alentejo. A partir de julho do mesmo ano começaram a ser feitos testes para melhorar o funcionamento desta infra-estrutura.
Neste local ocorrem vários processos de tratamento de águas residuais, que passam pelas seguintes etapas: obra de entrada, vala de oxidação, decantador, filtração e desinfeção ultravioleta.
O primeiro local para tratar a água residual é a obra de entrada onde passa pelo tamisador (funciona com um filtro), que recolhe todo o material grosseiro existente, posteriormente recolhido para contentores e encaminhado para o aterro. Ainda na obra de entrada faz-se o desengorduramento, que consiste em retirar as gorduras da água, e o desarenamento, que tem como função filtrar as areias. Este desarenamento funciona com o borbulhar de ar na água, que faz com que as areias fossem filtradas e de seguida encaminhadas para um aterro.
A etapa seguinte é feita na vala de oxidação, local onde estão as bactérias decompositoras, que transformam a matéria orgânica em matéria inorgânica. Existem bactérias aeróbias e anaeróbias. As bactérias aeróbias precisam de oxigénio para sobreviver, logo, existe arejamento da água para que elas não morram, e as bactérias anaeróbias não necessitam de oxigénio para sobreviver, daí o fato de deixar de haver agitação da água. Na vala de oxidação faz-se o teste do cone de Himoff para se verificar o nível das lamas. Se as lamas estiverem acima de um nível definido, são encaminhadas para os espessadores e depois para o aterro; se estiverem abaixo desse nível as lamas são reutilizadas na obra de entrada e voltam a ser sujeitas a todas as etapas de tratamento.
A mistura da vala de oxidação passa então para o decantador, onde a matéria mais pesada (lamas) vai ao fundo e a matéria mais leve fica em cima. As lamas mais leves, que ficam à superfície, são retiradas com um raspador, sendo por sua vez reencaminhadas para a obra de entrada ou para o espessador. A água, que fica na parte de cima do decantador, passa pelos filtros de areia, pela desinfeção ultravioleta, e é então lançada num afluente do Guadiana, a Ribeira do Cheixou.
As lamas, quando não são reutilizadas, vão para o espessador com o objectivo de ficarem com menos água, para depois serem encaminhadas para o aterro de Beja.
Autores: Débora Afonso e Ângelo Carrasco
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