A comunidade escolar necessita de uma rápida reeducação acerca da alimentação e duma forte e chocante sensibilização para os seus desperdícios alimentares. Cada vez mais os jovens universitários são responsáveis pelo aumento do número de comida enviada para o lixo.
O desperdício, ano após ano, tem vindo a aumentar cada vez mais, sendo em média desperdiçado, anualmente em Portugal, 132 quilos de comida por pessoa.
No passado dia 28 de Março de 2017, realizou-se uma quantificação de refeições servidas e a pesagem desse desperdício. Servindo-se nesse dia, aproximadamente, 250 refeições na cantina da ESTeSC – Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, durante o período de almoço (das 12h até às 14h).
No final do serviço de almoço, após servidas as refeições foi quantificado o peso do desperdício alimentar deixado nos pratos, sendo contabilizado um peso de 37 quilos de alimentos enviado para o lixo, este valor apenas num período de almoço de cerca de duas horas.
Diariamente existe um elevado número de refeições confecionadas (cerca de 300 refeições) pela cantina da ESTeSC, pelo que as sobras que não são servidas, por norma, são reaproveitadas para o dia seguinte, exceto alimentos com potencial de contaminação microbiológica.
O principal motivo para a quantidade de alimentos desperdiçados diariamente na cantina da ESTeSC, deve-se à irracionalidade por parte dos consumidores, pois estes, na sua maioria, têm tendência a solicitar aos funcionários uma maior quantidade de alimentos do que aquela que já se encontra servida no prato.
De acordo com estudos já realizados anteriormente, por alunos, na mesma cantina, ao contrário daquilo que seria de esperar, a quantidade de desperdício alimentar não tem vindo a diminuir. Bem pelo contrário.
Em Maio de 2015, segundo dados obtidos dos trabalhos realizados por alunos do curso de Saúde Ambiental, da ESTeSC, tinha-se contabilizado numa terça-feira (o mesmo dia semanal em que foi realizada esta colheita), um desperdício alimentar de 23 quilos, ou seja, menos 14 quilos do que é atualmente desperdiçado, no entanto não existem dados acerca do número de refeições servidas nesse dia.
Onde está a culpa? Porque não se sensibiliza a comunidade escolar? São imensas perguntas que surgem quando reparamos nestes dados. Mas a realidade é que existem inúmeras campanhas de sensibilização, colocação de cartazes, questionários sobre as refeições, entre outras ideias espalhadas e à vista de todos no espaço do refeitório.
Começa a chegar a altura em que até mesmo os estudantes demonstram cada vez menos um interesse por problemas mundiais como a Fome, onde segundo a ONU, “cerca de 800 Milhões de pessoas passam fome”.
De acordo com a FAO, “os países industrializados desperdiçam 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos por ano, o suficiente para alimentar os cerca de 925 milhões de pessoas que passam fome no mundo”. É preciso mudar o comportamento, é preciso tomar medidas, mudar hábitos, reduzir o desperdício, e para isso quando mais cedo se começar a mudar hábitos, melhores serão os resultados.
O desperdício alimentar começa em nós, mas também pode acabar em nós, desde que cada pessoa comece a se alimentar e a comer de acordo com a sua fome e não com a gula que possui no momento da refeição.
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