O Sr. Domingos, nascido e criado em Braga há mais de 60 anos referiu que “quando era miúdo tomava banho no rio e as garças eram vistas por aqui com frequência. Quando a cidade cresceu, a água começou a ficar poluída e elas deixaram de ser vistas por cá”. Ultimamente quem, às primeiras horas do dia, for pelas margens do rio, seja a correr ou a caminhar, pode avistar algumas espécies que voltaram a habitar este curso de água.
A garça-real (Ardea Cinerea), aguça a curiosidade de quem a avista, quer pelo seu considerável porte, quer pela sua rara presença em zonas urbanas. Pode ser encontrada junto ao rio, no troço compreendido entre o parque da ponte e o parque de exposições, atualmente conhecido por Altice Fórum Braga.
Com cerca de um metro de altura, é a maior das espécies de garças no país. De cor cinzenta, com um pescoço longo, a garça-real é a mais fácil de encontrar em Portugal, em especial fora da época de nidificação nos grandes estuários e lagoas junto à costa. Em voo, distingue-se das demais pelo pescoço recolhido. Esta elegante ave, alimenta-se em águas correntes pouco profundas, ricas em alimento. Estão em atividade principalmente de manhã e ao entardecer. Da sua alimentação fazem parte peixes, insetos, répteis que estão mais presentes no rio Este.
Nos últimos anos, foram levadas a cabo, por parte de várias entidades, obras para possibilitar a descontaminação das águas do rio Este, como é caso da Câmara Municipal. A Engenheira Cristina Costa, do Gabinete do Ambiente confirma que “desde 2018, a Autarquia instalou, ao longo do curso do rio, sensores que emitem informações a cada 15 minutos sobre as características químicas e físicas da água e, de maio a setembro, com análises biológicas semanais.”
A melhoria da qualidade da água nalgumas zonas levou ao povoamento de uma grande variedade de pequenos peixes que possibilitaram o aparecimento de outros animais que deles se alimentam, como é exemplo a lontra e a garça-real.
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