Localizada na freguesia da Tocha, no concelho de Cantanhede, com uma área aproximada de 7 hectares, esta lagoa integra as zonas arenosas das dunas de Mira, Gândaras e Gafanhas, da Rede Natura 2000. Ao longo dos anos, a lagoa dos Teixoeiros tem sido objeto de várias ameaças, nomeadamente, a existência de espécies exóticas invasoras e o decréscimo do caudal, devido a secas e assoreamento.
A área de mata circundante sofreu alterações, de modo a que na atualidade a lagoa já não faz juz ao seu próprio nome. Contudo, a realização do projeto “Teixoeiros ConVida”, dinamizado pela escola mais próxima, a Escola Básica e Secundária João Garcia Bacelar, contribuiu para uma limpeza da Lagoa, proporcionando uma “mudança no visual” – o mato foi cortado, as árvores foram podadas e houve a plantação de novas árvores como teixos, os quais, no passado, deram o nome à lagoa.
Um dos principais problemas que atingem a lagoa é o assoreamento, devido a diversas causas como, por exemplo, a erosão das zonas circundantes e o depósito de sedimentos. O decréscimo do nível das águas, decorrente do assoreamento, põe em risco a biodiversidade, já que várias espécies piscícolas, como ruivacos (Achondrostoma oligolepis), enguias (Anguilla anguilla), achigã (Micropterus salmoides), carpas (Cyprinus carpio) e pimpão (Carassius Auratus), que habitam a lagoa, são autóctones a esta. Noutros cursos de água do nosso país tem sido encontrada uma solução para este problema: a transposição de sedimentos, de modo a promover o desassoreamento. Caso esta medida não seja possível, devido à falta de recursos, propomos a conservação da mata em redor, com vista à redução da erosão.
O outro grande problema da lagoa consiste na permanente rivalidade entre espécies autóctones e invasoras. Sendo, portanto, a principal causa pela qual diversas ações têm sido levadas a cabo, como a Prevenção, Controlo e Erradicação das Espécies Exóticas e Invasoras, coordenada pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra com o acompanhamento técnico da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC-IPC/CFE) e com a parceria da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) e do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (CEF-UC) e outras, dinamizadas pela autarquia de Cantanhede, junta de freguesia da Tocha e pelo Agrupamento de Escolas Gândara-Mar.
As principais espécies invasoras são sobretudo acácias como a acácia-de-espigas (Acaciae longifoliae), acácia-negra (Acacia mearnsii), jacintos de água (Eichhornia crassipes), mimosa (Acacia dealbata), erva-pinheirinha (Myriophyllum aquaticum) e azola (Azolla filiculoides), entre outras acácias (Acacia retina e Acacia melanoxylon). As iniciativas tomadas visam controlar as populações de espécies invasoras, assim como sensibilizar a população para os seus perigos nos ecossistemas, procurando evitar a degradação do habitat e a perda da biodiversidade.
Atualmente já estão a ser implementadas algumas medidas, principalmente no que diz respeito à prevenção e deteção precoce das espécies invasoras, à sensibilização do público alvo e à erradicação de espécies, utilizando um veículo anfíbio, adquirido no âmbito do projeto, que será operado por funcionários municipais tecnicamente habilitados da Divisão de Gestão Florestal e Recursos Naturais.
Ainda que a lagoa tenha sofrido intervenções recentemente, existe ainda um longo caminho pela frente, havendo muitas práticas que podem ser levadas a cabo para ajudar este ecossistema, nomeadamente no que diz respeito à publicidade e ao envolvimento do turismo. Afora das eventuais consequências nocivas desse turismo, decorrentes da atividade humana, a insistência na sensibilização, alertando, principalmente, para o estado de degradação da lagoa, podemos vir a alcançar avultados lucros partindo de, por exemplo, atividades envolvendo a remoção de espécies invasoras, com a promoção do orgulho pelo património local.
No sentido de visar a melhoria de condições da lagoa propomos a realização de análises regulares à água e ao solo, com aspiração à obtenção de uma melhor consciência dos possíveis impactos de fatores como a poluição nas águas, principalmente por parte de adubos. Acrescentamos também a ideia de exposição de painéis em madeira com informações sobre a lagoa, as suas espécies autóctones e os problemas que esta enfrenta.
Apesar dos problemas encontrados estão a ser colocadas em prática medidas que visam a melhoria da qualidade de vida das comunidades da lagoa, uma vez que esta é abundantemente populada por espécies florísticas, como os teixos (Taxus baccata), e faunísticas, como o galeirão (Fulica atra).
A lagoa pode ser considerada uma referência turística, uma vez que se torna agradável para momentos de lazer e descanso, sendo possível desfrutar da tranquilidade da natureza, maioritariamente florestal. No sentido de possibilitar às gerações futuras um ambiente digno, é essencial preservar os nossos ecossistemas.
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