O Leopardo-da-Pérsia (Panthera pardus tulliana) é o maior leopardo dentro das subespécies conhecidas, com cerca de 70/90 Kg, destacando-se pelo tamanho da cauda, os seus curtos membros e o seu padrão conhecido (também marcado na pele). Este é um poderoso mamífero e caçador noturno, que vive isolado no seu território, a altas altitudes. Assinala-o com urina e marcas das unhas. As fêmeas são mães cuidadosas, amamentando as crias desde o nascimento até aos 3/6 meses de idade, ficando a acompanhá-las até ao primeiro ano de vida.
Esta subespécie foi classificada pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) como “criticamente em perigo”, com cerca de 1200 representantes com uma distribuição muito fragmentada, pela redução do habitat e pela caça para venda de peles e ossos. O Jardim Zoológico de Lisboa foi um dos 49 que começaram a trabalhar nesta causa em 2013, sendo o espécie desde essa data. Foi enviado de Lisboa para o Caucasus (Rússia), um casal de Leopardo-da-Pérsia (André e Zadig), que foi integrado num programa de reintrodução numa reserva.
Este casal foi escolhido pela EAZA por serem ativos e ainda mostrarem características da espécie em meio natural, dando assim às suas crias maiores probabilidades de sobreviver na natureza. Numa primeira fase, o casal não teve muito sucesso, mas em 2013 presenciou-se o nascimento de dois filhotes que através de processos foram sendo adaptados ao meio natural.
A EAZA organiza a introdução desta espécie desde 2012, conseguindo obter sucesso a 15 de julho de 2016, após 4 gerações e dois anos desde o início prático do projeto, foram introduzidas as três primeiras crias, Victoria, Akhun e Killi, nascidas no centro de reprodução e reintrodução de Leopardos no Parque Nacional de Sochi, conseguindo gerar uma população que continua a crescer lentamente até aos dias de hoje. Ao serem libertados, é colocada uma coleira com chip nestes animais, que vai permitir aos tratadores registar a sua localização, pode se acontecer algum problema será mais fácil de resolver. Após dois anos de utilização, a coleira é solta, e o animal vive por si.
Este processo é de extrema importância para aumentar a população de Leopardos-da-Pérsia.