O primeiro contacto do visitante com a mata é um portão antigo com líquenes, indicadores da boa qualidade do ar da zona envolvente. A biodiversidade da mata do Fontelo oferece uma série de outras potencialidades que não são exploradas na sua totalidade, sugere Paulo Barracosa, professor de Biologia. Este refere que a madeira das árvores abatidas, pelo Homem ou devido a causas naturais, pode ser aproveitada, por exemplo, pela indústria do mobiliário. No passado, o local era utilizado para fins de produção de lenha, carvão e frutos, nomeadamente, a bolota, como explica Paulo Barracosa. Esta extração de recursos é algo que poder-se-ia continuar a realizar no presente, inclusive a colheita de castanha e medronho. Além desta, outras atividades como ações de sensibilização e espetáculos diversos poderiam ser desenvolvidos na Mata.
Atualmente, este espaço é frequentemente utilizado pelos habitantes para a prática de atividades de lazer e pedagógicas, entre as quais a realização de convívios, peddy-papers e corridas.
Com mais de 800 anos, a Mata começou por integrar na sua matriz inicial castanheiros e carvalhos, espécies da região. Foi D. Miguel da Silva, Bispo de Viseu, no Séc. XVI, o grande impulsionador, fazendo da Mata do Fontelo a primeira quinta de recreio da região, na altura exclusivo do Clero, tendo sido aberto ao público apenas em 1926. Ao longo do tempo, têm sido introduzidas espécies exóticas, aumentando a sua biodiversidade e, embora existam espécies invasoras, a situação encontra-se controlada, não havendo consequências para a restante flora.
A presença de inúmeras espécies foi motivo de inspiração para vários intelectuais, nomeadamente para o escritor Aquilino Ribeiro, o que realça o carácter estético, artístico e cultural da mata, para além da vertente utilitária. A engenheira agrónoma Leontina Fonseca chega a comparar o átrio da Mata com a abertura de uma ópera, sendo este local uma apresentação de todos os elementos que o visitante encontra na Mata do Fontelo.
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