Esta prática não é, de todo, aconselhável, sendo importante esclarecer os efeitos nefastos que as migalhas de pão podem trazer à saúde dos patos, mas principalmente ao ecossistema.
O regime alimentar desta espécie é composto por plantas aquáticas e pequenos animais, como crustáceos. Uma dieta rica em pão, particularmente pão branco, pode causar doenças e deformações nas aves aquáticas. Por outro lado, convém realçar que estes têm todo o alimento que necessitam no rio. Por outro lado, a massa do pão molhada pode tornar-se um ambiente propício para a proliferação do fungo filamentoso Aspergillus, que, invadindo os pulmões dos patos, lhes pode causar a morte.
Há que considerar também, os problemas que as migalhas causam ao ecossistema do rio. As migalhas de pão vão potenciar o aparecimento de algas na superfície – a eutrofização. Esses organismos produzem nitratos e fosfatos, libertando toxinas que prejudicam os peixes e exalam mau cheiro. As algas também impedem que a luz do sol chegue a plantas subaquáticas, alterando o equilíbrio do ecossistema, pelo aumento de matéria orgânica e redução do oxigénio dissolvido. Pode também levar ao envenenamento de espécies e atrair outros animais, como ratos, cuja urina transmite leptospirose, doença que pode ser fatal em humanos.
Os bracarenses devem abandonar o hábito, aparentemente inofensivo, de atirar migalhas de pão aos patos e passar a palavra. Eles agradecem e o rio também!
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