Para entendermos melhor sobre este milho visitamos a Agro São Paio, em São Paio, Vizela no dia 24 de maio onde, apesar de não fazer o cultivo deste milho, foi possível entrevistar o Sr. Joaquim Sérgio, que nos deu a sua opinião sobre o milho transgénico e o uso do milho convencional.
O Sr. Joaquim Sérgio não utiliza milho transgénico devido à falta de área, mas considera que “Provavelmente vai ser o futuro”, mesmo devido a este milho aguentar melhor as pragas.
Em relação ao milho convencional utilizado acredita estar satisfeito, mas entende que é necessário dar acompanhamento diário, principalmente no primeiro mês de cultura, pois é quando atacam as pragas como, por exemplo, alfinetes, morcas e roscas.
Na aplicação de inseticidas, aplica-as por pulverização e com pouco calda. Os herbicidas utilizados são herbicidas de contacto por causa do ambiente e dos solos, ou seja, de maneira a não prejudicar o ambiente coloca-se menos água fazendo com que a planta absorva essas gotículas. Usa três tipos de fertilizantes, os adubos, starters e shrooms.
Como métodos de irrigação utiliza a aspersão quando os campos se situam perto do rio, equanto que os campos mais secos usa o método gota-a-gota. Alguma rega também é realizada por gravidade (regos).
O Sr. Joaquim Sérgio confirmou que a guerra influenciou o setor agrícola em todos os níveis, como por exemplo o aumento do preço do gasóleo, outro grande problema é a produção de cereais pois a Ucrânia e a Rússia são dois grandes produtores e vendedores de cereal na Europa, então é nítido que vai haver falha de cereal daqui para a frente.
Para obtermos ainda mais informações sobre o milho transgénico YeldGard, no dia 26 de maio, entrevistamos o Sr. Manuel Ferreira, comercial da empresa agronómica DEKALB, que se encontrava nos Açores.
No seu entender é necessário “valorizar mais os pontos fortes mas sem nunca esquecer os malefícios.”
Existem vantagens e desvantagens em relação à utilização do milho transgénico, os ponto mais fortes é que o milho mantém-se mais saudável devido a ser resistente a pragas, para além disso, garante produções mais homogéneas e em termos ambientais também é benéfico, pois diminui o uso de pesticidas.
Já os pontos menos positivos, “depende do ponto de vista, algumas pessoas fundamentalistas, seja de agricultura intensiva ou de biológica cada um tem o seu ponto de vista”, mas podemos encontrar uma desvantagem na alimentação humana pois a utilização deste milho está proibido.
Contudo, “temos que confiar na ciência. Para mim não há verdades absolutas, curiosidade é importante.”
Para o cultivo deste milho é necessário várias burocracias e cuidados. O agricultor tem que possuir uma formação em milho OGM e se pretender semear terá de seguir várias regras em relação às áreas de cultivo (à volta dos campos de cultivo do milho transgénico terão que se reservar 24 linhas sem produção, que irão servir como refúgio e também de defesa contra a contaminação do milho convencional. Para além disso a é necessário avisar os vizinhos, até 800 metros de distância, sobre a sementeira com OGM.
Devido a estes fatores a utilização do milho transgénico em Portugal tem-se mantido constante ou até mesmo a descer, como por exemplo no norte de Portugal. Só zonas mais profissionais como o Alentejo e Ribatejo é que o número tem aumentado ligeiramente.
Respondendo à nossa pergunta inicial e agora com o conhecimento que adquirimos destas entrevistas, achamos a utilização do milho transgénico uma mais-valia, pois as vantagens, neste caso, sobrepõem-se às desvantagens, como por exemplo, permite-nos ter produções mais saudáveis e homogéneas com um impacto ambiental mais positivo e, na nossa opinião, esta utilização irá aumentar em Portugal como também no mundo e talvez até ser uma solução a para o futuro.