Na trigésima edição do Rock in Rio, diversas entidades presentes no recinto foram entrevistadas no sentido de perceber se estavam a adotar comportamentos sustentáveis no que toca a desperdícios quer alimentares, quer materiais.
O desperdício alimentar tem vindo a ocupar um lugar central em todas as edições do RIR, sendo várias as soluções encontradas para o seu combate. Em 2012, o RIR associou-se às instituições Re-food e a DariAcordar, numa iniciativa pioneira contra o desperdício e a gestão das sobras alimentares. Desde então, são diversas as associações que se juntam ao RIR a favor desta causa. Em 2016, o ano do combate ao desperdício alimentar, renova-se a preocupação com esta temática.
O desperdício pode e deve ser evitado.
A mensagem transmitida por todos os entrevistados na edição de 2016 é clara: o desperdício pode e deve ser evitado. “Não há razão para um tomate ir para o lixo só por ser feio”, refere chefe Kiko. Vivemos num mundo em que 50% daquilo que produzimos vai para o lixo, “devemos ter cuidado e tratar o mundo com carinho”, sublinha.
A experiência de ter vivido durante 1 ano em Moçambique e 8 meses em Cabo Verde foi marcante para o chefe, permitiu-lhe abrir horizontes e perceber que todos os pratos devem ser confecionados de modo a evitar o desperdício alimentar. Quando tal não é possível, os alimentos devem ser encaminhados para instituições de solidariedade social.
Carla Rafael, representante de um restaurante presente no recinto, reforça a importância da recolha das sobras alimentares. “Nas duas edições em que participámos no Rock in Rio, sempre fizemos parceria com a Re-food”. Com o estabelecimento desta parceria, “a empresa não tem de se preocupar para onde vão os excedentes, facilitando a logística ao fim do dia”, disse.
Também o responsável por outro stand presente no festival afirmou fazer doações a quem os procura, mas refere ainda que “só tem aparecido a Re-food, porque não aparecem outras (…). Não é fácil a gente ir à procura na rua, portanto se oferecermos tem de ser alguém a vir procurar-nos”.
Trata-se sobretudo de doações de alimentos que já não podem ser comercializados, como produtos de 4ª gama, nomeadamente alface, tomate e cebola. “Não entregamos restos nem produtos inconsumíveis”, referem os responsáveis.
Re-food: o grande dinamizador das doações de alimentos
Liderada e fundada por Hunter Halden, a Re-food é a grande dinamizadora do processo de doação alimentar. Hunter Halden, responsável pela criação do conceito desta instituição, explica que “Refood é uma coisa muito simples: há comida em perfeitas condições que vai para o lixo e não deve. Há pessoas que precisam, felizmente há voluntários, cidadãos, pessoas de boa vontade que fazem a ponte entre acesso e necessidade e isto é a Refood”.
O RIR é não só uma oportunidade para recolher grandes quantidades de excedentes alimentares, mas também um importante veículo para divulgar o trabalho desenvolvido pela Re-food. Esta organização recolhe alimentos em mais de mil restaurantes, padarias e pastelarias todos os dias em 32 pontos do país. “No momento em que a comida deixa de ter valor comercial, mas ainda tem valor nutritivo e resgatamo-la e entregamos a quem precisa logo depois.” disse Hunter. O alvo principal são beneficiários, indivíduos e famílias que precisam mas também apoiam instituições.
Durante 2 dias de festival, a Re-food recolheu o correspondente a 656 refeições, e ainda 1.350 copos de fruta, 2.000 pasteis de nata e 230 maçãs.
Concluindo, o Rock in Rio as “doações” estão no centro das preocupações da organização do festival e das empresas parceiras.
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