
REBN: uma rede nacional dedicada ao estudo das borboletas noturnas que junta ciência, natureza e paixão por insetos.
“Tudo começou com uma luz”, referiu o presidente, uma vez que este projeto surgiu após um grupo de cidadãos reparar numa grande quantidade de borboletas noturnas atraídas por um candeeiro e da vontade e oportunidade de mapear, identificar e compreender o papel ecológico destes insetos.
Para conseguir a captura destas espécies e posteriormente o seu estudo, foram criadas armadilhas com lâmpadas ultravioleta para as atrair, sendo as mesmas colocadas de noite. Ao serem atraídas, as borboletas ficam imóveis em partes de caixas de ovos, sendo posteriormente identificadas as espécies, cerca de aproximadamente 2.600, e a quantidade destes insetos, em média 100 por noite, sendo por fim recolocadas na natureza.
A estação das Cesaredas tornou-se pioneira nesta pesquisa, incentivando o aparecimento de estações espalhadas pelo litoral até ao Algarve, não existindo qualquer unidade destas estações nas regiões do interior. Esta falta de monitorização nas regiões do interior deve-se à falta de financiamento para ações de sensibilização e à falta de voluntários devido à baixa densidade populacional. No continente Europeu existem três grandes centros: Reino Unido, Noruega e Portugal, sendo o último o único país da europa do sul onde permanece este projeto.
De maneira a conseguir financiamento para o projeto, a REBN concorreu ao Orçamento Participativo 2024 da Câmara Municipal da Lourinhã, recebendo 9 670€.
Esta ajuda monetária contribui para a dinamização e continuação do projeto e para interações com a comunidade. A nível de envolvimento com a população, existem armadilhas portáteis que qualquer cidadão tem acesso ao pagar uma cota de 35 € à rede, podendo contactar a mesma através das redes sociais e e-mail. No âmbito deste projeto foi desenvolvida uma aplicação “Butterfly Count” que permite aos cidadãos mais curiosos identificar as espécies de borboletas e contribuir para esta base de dados.
Por fim, a nível de dificuldades, para além da falta de financiamentos e de coesão territorial, o uso de pesticidas na agricultura acaba por ser um perigo, podendo vir a matar as borboletas noturnas, como também a introdução de espécies invasoras que podem prejudicar o ecossistema natural da região. Assim o perigo de extinção desta espécie tem vindo a aumentar influenciando o bom funcionamento da vegetação nativa e dos ciclos naturais, sendo importante a sensibilização da população.
Em suma, apesar da Rede de Estações de Borboletas Noturnas ter vindo a conseguir adquirir os dados sobre os seus insetos, ainda apresenta um longo caminho a percorrer para conseguir chegar ao objetivo principal: avaliar a evolução dos comportamentos das borboletas e concluir oscilações destes insetos no ambiente.
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