O Alto Custo dos Metais Raros

Estando em plena 4ª revolução industrial, não poderíamos deixar de começar a abandonar alguns materiais poluentes como o petróleo ou o carvão fóssil. É aqui que entram em cena os metais raros ou as terras raras como são chamados. As terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos essenciais para diversas tecnologias atuais como baterias de lítio, painéis solares e turbinas eólicas, tornando-se indispensáveis na passagem para uma economia de baixo carbono. No entanto, a sua extração e processamento trazem desafios ambientais e sociais que precisam ser considerados.

Os metais raros usam-se cada vez mais em telemóveis, tablets e computadores, no entanto, ainda poucas pessoas ouviram falar deles e da sua importância nas alterações climáticas. Estes minerais são usados para criar materiais mais eficientes e duradouros, que contribuem para o sector energético, que necessita deles tanto para produzir energia como para a armazenar e consumir. Segundo o National Geography “Sem as terras raras, retrocederíamos à década de 1960 e a atividade económica tornar-se-ia muito mais lenta”. É que os metais raros para além de nos proporcionarem a era digital também fazem-nos reduzir as emissões de carbono e impelem-nos a atingir as metas que a UE tem para 2050 quanto às alterações climáticas.

 

Apesar dos benefícios para o ambiente, estes elementos químicos também levantam algumas preocupações relativamente à sua extração, pois, de acordo com o jornal “The Guardian”, “Os processos de extração e refinação de terras raras são imensamente prejudiciais para o ambiente, produzindo elevados níveis de lixo tóxico, com altos riscos de radioatividade, sendo que a refinação de 1 tonelada de terras raras produz 2000 toneladas de lixo tóxico não tratado”. Quem sofre com isto são os habitantes das aldeias mineiras, principalmente em províncias da China e da República Democrática do Congo onde são cometidos diariamente graves crimes contra os direitos humanos. Nessas aldeias não existe direito nem à saúde nem à educação, com crianças a respirar ar poluído e a trabalhar nas minas diariamente sem que os governos tomem medidas para proteger o trabalho infantil. Aí são comuns as doenças cardiorrespiratórias e os problemas intestinais, pois a poluição infiltra-se na água e no solo sem que os trabalhadores, precariamente pagos, possam fazer alguma coisa.

Avanços na tecnologia de reciclagem de equipamentos eletrónicos é crucial para reduzir a dependência de novas extrações e minimizar os impactos ambientais. A pesquisa por substitutos e novas fontes de materiais também está em ascensão, buscando alternativas mais abundantes e menos prejudiciais ao meio ambiente. Regulamentar a extração de forma a torná-la consciente e menos prejudicial é necessária para promover a sustentabilidade.

 

É um assunto pouco falado, mas bastante importante a nível internacional tanto com benefícios quanto com prejuízos para o meio ambiente e para um futuro mais “verde”. É por isso que devemos pensar sobre este assunto e implementar medidas para um futuro mais ético e sustentável.

Webgrafia:

https://gerador.eu/terras-raras-uma-questao-ambiental-ou-de-defesa-dos-direitos-humanos/

 

https://www.nationalgeographic.pt/ciencia/terras-raras-a-europa-importa-100-destes-elementos-criticos-para-a-sustentabilidade-mas-qual-e-o-preco-desta-dependencia_3038

 

https://www.europarl.europa.eu/topics/pt/article/20201208STO93325/residuos-de-equipamentos-eletricos-e-eletronicos-na-ue-factos-e-numeros

 

https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/baterias-de-litio-limpas-e-verdes-sao-risco-para-direitos-humanos-alerta-amnistia-internacional#loadComments

 

Maria Alice Dias Lino, nº12 da turma C do 7ºano

(Agrupamento de Escolas Gabriel Pereira)