O município da Lousã é um destino bastante procurado por turistas, destacando-se pelas suas praias fluviais. A sua maioria estão distinguidas com a bandeira azul, um galardão atribuído anualmente pela Fundação para a Educação Ambiental em Portugal. Estas apenas são atribuídas, se o local cumprir um conjunto de critérios, como a informação e educação ambiental, qualidade da água, gestão ambiental e equipamentos, segurança e serviços, entre outros.
São realizadas regularmente, atividades de consciencialização, principalmente às crianças e aos mais jovens. “Eu acredito que as crianças consigam educar/ensinar os seus pais”, afirma Soraia Correia, trabalhadora da Câmara municipal na área do ambiente.
Uma destas praias, é a Praia Fluvial da Bogueira perto do rio Ceira, que possui bandeira azul desde 2018.
A anteceder a praia da Bogueira, encontra-se a praia fluvial Senhora da Graça na freguesia de Serpins (uma praia sem bandeira azul), que se encontra localizada numa zona de cheia. Esta não apresenta os parâmetros de qualidade de água exigidos pela bandeira azul, ao contrário da Praia Fluvial da Bogueira. Hipoteticamente, este fenómeno ocorre devido a uma zona mais profunda do rio Ceira, que contém grandes rochas, pouco à frente da Praia de Serpins que provocam uma filtragem natural, na chegada de água à Praia da Bogueira.
Na sequência dos incêndios florestais de Outubro de 2017, que devastaram 98% da freguesia de Serpins e que se estenderam até à freguesia de Seia, ocorreu uma maior propagação de espécies invasoras, por exemplo, a acácia e o eucalipto, e são hoje em dia um desafio em quase todas as zonas verdes. Estas espécies propagam-se muito rapidamente e fixam-se com bastante força, dificultando assim o trabalho de controlo e remoção destas espécies.
A Praia fluvial Senhora da Graça, criada há cerca de 10 anos, é uma das praias mais frequentadas da região, independentemente da qualidade da água, não coincidir com os parâmetros impostos pela Associação Bandeira Azul. A perda deste certificado de qualidade, está relacionada com o elevado nível da bactéria Enterococcus na água, devido aos incêndios na zona.
Esta praia está num local que embora pareça degradado, no Verão tem uma transformação, tornando-se mais acolhedor aos seus visitantes. Apesar desta ter sofrido alterações há dois anos, a Junta de Freguesia de Serpins e a Câmara Municipal da Lousã, pretendem continuar a melhorar este recurso, tomando várias medidas para que o mesmo seja possível, nomeadamente contratar serviços para limpar o espaço e deixá-lo em condições de modo a usufruir deste espaço de lazer. São também realizadas, semanalmente, análises à água, de forma a garantir a sua qualidade.
O presidente da Junta, acredita que a existência da bandeira não afetará muito a regularidade com que as pessoas irão frequentar esta zona, afirmando que “a qualidade é tão boa que as pessoas não querem muito saber se a praia tem bandeira ou não. Há valorização desta bandeira, mas também há confiança”.
O slogan “Serpins, uma janela aberta para o mundo” foi um dos métodos de promoção deste território utilizado pela junta de freguesia, e tem como objetivo atrair visitantes e a população residente. Estão distribuídas pela região, oito janelas que fazem referência a esta trademark.
Entre tantas medidas de preservação e alertas, Paulo Simões afirma que as secas são uma grande preocupação. Por agora não têm impactado diretamente o turismo, porém, o objetivo é de alertar e dar ênfase para o uso equilibrado da água, principalmente na agricultura.
A junta de freguesia colabora com as várias associações e comissões de festas da região tendo como objetivo divulgar a região e as suas belezas naturais, assim como fazer notar o potencial da zona. A corrida de rolamentos, a comemoração do dia das merendas, e as noites de verão na Praia, são alguns dos eventos promovidos pela Junta.
Todas estas medidas apostadas diretamente no turismo, fazem com que este aumente, impulsionando Serpins para o mundo.
Atualmente, o principal objetivo da Junta é marcar a presença da região no nosso país, tal como afirmou o Sr. Presidente Paulo Simões: “Nós não queremos colocar Serpins no mapa, queremos que o mapa seja colocado em Serpins”.
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