Localizado na freguesia de Romariz, concelho de Santa Maria da Feira, este parque ocupa uma área de 2 hectares e possui um percurso pedonal de 2,5 quilómetros. Com a valorização das margens do rio privilegiou-se a introdução de espécies autóctones, tornando-se um dos locais com maior valor paisagístico do concelho. “A nossa visão é o ecossistema original tendo em conta a parte ambiental, social, económica e cultural”, reforçou Marina Rodrigues, Engenheira Ambiental da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.
Sendo um ecossistema característico de zonas húmidas, alberga uma grande biodiversidade de fauna e flora, que se visa preservar. É fácil observar diversas espécies como o Amieiro (Ainus glutinosa), o Salgueiro (Salix sp.), o Sabugueiro (Sambucus nigra) e a Tábua (Typha latifolia). Com um olhar mais atento podemos ainda identificar a Lontra (Lutra lutra), a Salamandra das Pintas Amarelas (Salamandra salamandra), a Rã Ibérica (Rana ibérica), o Rouxinol Bravo (Cettia cetti) e o Boga do Norte (Chondrostoma duriense).
Ao longo do passadiço que atravessa todo o parque podem ser identificadas 4 nichos ecológicos sendo eles: Salgueiral, Tabual, Charcos Temporários e Galeria Ripícola; e a Preta, uma área com especial importância na vida da comunidade, que evoca às suas memórias e vivências.
Toda esta informação pode ser encontrada ao longo do parque em diversas placas, e está adaptada para pessoas invisuais, sendo acessível via áudio no site do parque. Ainda que esteja disponível no parque informação de interesse, tendo em vista a conservação deste corredor ecológico, não são referidas as espécies invasoras que ameaçam o seu equilíbrio.
Para evitar a proliferação destas espécies estão a ser desenvolvidas diversas técnicas que visam suster o solo das margens do rio e servir de suporte natural das plantas. “O parque assume-se como uma zona de investigação na área da engenharia natural através da utilização dos ramos das podas para levar enxertos ou segurar a terra”, refere Marina Rodrigues.
Inicialmente a população estava reticente em relação a este projeto, daí que Marina Rodrigues considere importante explicar à comunidade local, a importância do desenvolvimento do mesmo. Com o tempo foi havendo uma maior aceitação da população local, que se começou a aperceber das suas vantagens, sendo isto possível devido à comunicação e sensibilização estabelecida. Atualmente, a população apropriou-se do espaço, utilizando-o frequentemente para atividades desportivas e de lazer.
Em suma, os rios e zonas húmidas estão entre os ecossistemas mais ameaçados do mundo por poluição. A população local parece estar alertada para o assunto, tal como referiu Américo Ferreira de 75 anos, “Tudo isto deve ser preservado e mexido com muito cuidado. Não se deve mexer demais.”.
Grupo A1 – Inês Ferreira, Susana Santa Rita, Marina Sousa, Diana Caldas, Igor Silva, Rafael Pires, Vanessa Costa, Hugo Silva, Dalhia Nkola.
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