Nos dias atuais, o livro é muitas vezes substituído por meios tecnológicos, o que pode ser considerado algo negativo, pois este é parte da nossa história, da nossa vivência e até do nosso crescimento, enquanto seres humanos e sociedade.
Ao contrário das tecnologias, com o passar dos tempos, o livro vai-se degradando, o que pressupõe que, em alguns contextos, haja a necessidade de um serviço de restauro. É o caso da Biblioteca Nacional de Portugal, que vai fazendo com que o livro volte à vida e possa encontrar novas oportunidade de ser lido.
O contexto de restauro levanta a questão relativa ao tipo de material usado, o que nos obriga a refletir sobre o uso de pele verdadeira no restauro de livro. Sendo este um bem utilitário tão nobre, será um bom exemplo a utilização de peles verdadeiras no seu restauro? Uma alternativa seria optar-se por uma boa pele sintética, que não implica o sacrifício de animais em condições nem sempre adequadas, para uso da sua pele.
Com o intuito de se obter mais informação sobre o tema, foram realizadas algumas entrevistas a restauradores de livros, tendo-se notado que a maior parte considera que a utilização da pele verdadeira, embora torne o livro mais nobre e mais atrativo e rico visualmente, economicamente é uma ação muito dispendiosa, que acarreta desvantagens.
Muitas das respostas apontam para a existência de uma preferência pela utilização das peles sintéticas, dado que o seu fabrico é mais sustentável, ecológico e não poluente. Não obstante, há alguns intervenientes que indicam a questão cultural e os costumes como justificação para a continuada utilização de peles verdadeiras nesta área. Se os animais não forem criados com o fim único de se lhes retirar a pele, então parece que não é condenada esta prática.
Ainda que haja opiniões divergentes sobre a matéria em causa, parece relevante refletir sobre esta temática e considerar as várias desvantagens da utilização da pele animal neste contexto. Esta prática ainda é vista como a última declaração do luxo em muitos mercados, sendo usada livremente.
Mais do que meros objetos, os livros são cultura, testemunho do passado, relato do presente e visão do futuro. É com eles que se começa geralmente a despertar para o conhecimento, permanecendo ao longo da vida. Para além de serem objetos de prazer pessoal, constituem também uma parte da herança que deixamos aos que nos seguem. Por isso, devemos optar por uma maneira de os tornar sustentáveis sem prejudicar o futuro do planeta.
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