No nosso dia a dia criamos resíduos orgânicos sem pensar qual o seu destino. Para nós, restos de frutas ou ovos que não podem ser utilizados não têm qualquer proveito, no entanto existe uma empresa onde estes resíduos são a sua fonte de matéria. Em Coruche existe um bom exemplo disso, Centro Integrado de Valorização Orgânica.
O CIVO trata-se de uma empresa que realiza a compostagem de matéria orgânica. Este processo começa pelo armazenamento de resíduos vindos de várias fontes. As lamas de ETAR provêm das várias ETAR administradas pelas Águas do Ribatejo. Recebem também resíduos verdes (ramos, folhas..) das câmaras da região. Para esta empresa são também levados ovos de um aviário, sendo que estes são os ovos não fecundados e não é do interesse da empresa utilizá-los. Podem ainda receber produtos fora de prazo como a fruta, bolachas, polpa de tomate, leite pasteurizado, rações e ainda restos da cortiça proveniente da Corticeira Amorim.
A partir destes resíduos vai ser feita uma mistura, que consiste numa relação equilibrada entre o carbono que é proveniente dos ramos e folhas trituradas (estilha) que vai conferir estrutura ao composto, e o azoto que provem das lamas da ETAR e da fruta podre que tem como função multiplicar os microorganismos responsáveis pela degradação do composto. Esta relação é conhecida como relação C/N.
Após a mistura dos resíduos, é formada uma pilha e durante duas semanas é deixada em repouso. Neste tempo os microorganismos realizam a degradação do composto por processos aeróbios (na presença de oxigénio) que vai provocar o aumento de temperatura. Esta temperatura é monitorizada diariamente, e quando a pilha atinge os 50/60 ºC é necessário que seja arejada. É importante que a temperatura da pilha chegue a este valor para destruir os microorganismos patogénicos – higienização. No entanto para evitar que morram os microorganismos essenciais à realização da degradação do composto a pilha é virada para a sua oxigenação e posterior arrefecimento. A humidade é um fator importante no processo. Para que este ocorra de forma positiva é necessário fornecer água, repondo assim a humidade ideal para a sua realização (30 – 40%).
Este processo é repetido inúmeras vezes, até que a temperatura do composto estabilize, indicando assim que este está formado. O processo indicado tem a duração de cerca de 2 meses (desde a formação da pilha até à formação do composto).
Uma vez concluída a formação do composto procede-se à crivagem onde o composto é separado de acordo com o tamanho das partículas. O crivo vai separar o composto em partículas de 0-1cm e de 1-2cm.
Para produzir 500 kg de composto é necessária cerca de uma tonelada de mistura de resíduos que no fim de separado pode ser comercializado a agricultores da região, o que é bastante útil porque os terrenos na nossa região são muito pobres em nutrientes.
Trabalho realizados pelos alunos: Cátia Fortunato, Francisco Nunes, Mariana Paraíba e Rui Lopes. Com a colaboração do Eng. Luis Rosa da Central Integrada de Valorização Orgânica
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