O lixo é recolhido no município pelo famoso “camião do lixo” da RESINORTE. Para melhor acompanhar este processo realizamos uma entrevista com a coordenadora de comunicação desta empresa, Marisa Lima.
1.- Quantas pessoas, aproximadamente, trabalham na empresa e que tipos de cargos ocupam?
Na RESINORTE trabalham aproximadamente 330 pessoas e ocupam funções como: motorista, operador, mecânico, serralheiro, assistentes operacionais e técnicos superiores especializados nas diferentes áreas funcionais da empresa.
2.- De que zonas são recolhidos os resíduos?
A RESINORTE recebe nas suas instalações os resíduos provenientes de 35 municípios que integram o Sistema Norte-Central (Alijó, Amarante, Armamar, Baião, Boticas, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Chaves, Cinfães, Fafe, Guimarães, Lamego, Marco de Canaveses, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Mondim de Basto, Montalegre, Murça, Penedono, Peso da Régua, Resende, Ribeira de Pena, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Santo Tirso, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Trofa, Valpaços, Vila Nova de Famalicão, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Vizela).
3.- Que quantidade recebem de cada tipo de resíduos? Qual o tipo de resíduos mais abundante?
A RESINORTE receciona aproximadamente 55 mil toneladas de resíduos provenientes da recolha seletiva de embalagens e cerca de 350 mil toneladas de resíduos indiferenciados urbanos por ano.
4.- Para onde vão os resíduos depois de separados? Quais os seus produtos finais?
Os resíduos recicláveis são encaminhados para as indústrias recicladoras permitindo a sua transformação em matérias-primas para produção de novos produtos, a matéria orgânica é transformada em composto e os refugos são encaminhados para os aterros sanitários.
5.- O que é feito com os resíduos orgânicos? Como é produzido o adubo? Qual o seu destino final?
A matéria orgânica é encaminhada para o tratamento biológico, em que consiste num conjunto de operações, destacando-se a fermentação forçada, onde o oxigénio e a humidade são controlados e a temperatura chega aos 70ºC, seguindo-se a afinação primária e secundária. No final destes processos, o composto é encaminhado para um pavilhão de armazenagem, onde ficará até ser comercializado com a marca FERTIBOM.
A aplicação no solo de matéria orgânica compostada desenvolve o equilíbrio dinâmico do solo através do fomento da diversidade biótica e das relações físicas e químicas, de forma a promover níveis de produtividade elevados e constantes ao longo do tempo.
O FERTIBOM pode ser utilizado nos sistemas da agricultura convencionais e sistemas de produção integrada, nomeadamente em viticultura, fruticultura (ex: Kiwi, maçã, pêra, uva), horto-industrias (ex: tomate, cenoura, batata, couves, cebola, ervilha, pimenta), jardinagem e reconstrução de espaços verdes, recuperação de solos degradados, silvicultura, entre outros, sendo aplicado de forma direta no solo com distribuição superficial ou localizada.
6.-É utilizado o tratamento de vermicompostagem?
O tratamento de vermicompostagem tratou-se de um projeto piloto sem viabilidade económica.
7.-A reciclagem tem vindo a aumentar? Em que quantidades?
A reciclagem nos últimos anos aumentou 16,5%.
De modo a alargar a perspetiva sobre os resíduos da nossa região, dirigimo-nos ao Ecocentro de Vizela. Fomos recebidas por um funcionário, que nos informou que no Ecocentro ocorre a separação de grandes quantidades de resíduos como, papel, embalagens de plástico e metal, aparas de jardim, objetos volumosos fora de uso ou de outros materiais que venham a ter viabilidade técnica de valorização. Este é dotado de equipamentos de grande capacidade para a recolha seletiva destes materiais.
Conclusão
Com este trabalho foi possível perceber, com mais pormenor, como funciona a reciclagem dos nossos próprios resíduos, desde que os colocamos nos devidos ecopontos ou ecocentro até à sua transformação em…novos produtos prontos a serem utilizados.
