O Tejo está poluído, com fraco caudal e com pouco oxigénio. O problema não é novo, já em 2016, os pescadores de Vila Velha de Ródão queimaram um barco em sinal de protesto pela poluição do rio.
Mas, neste início de 2018, o problema agudizou-se, ou pelo menos tornou-se mais visível, devido à espuma que invadiu as águas. Muitos peixes morreram por falta de oxigenação e o gado recusa-se a beber a água castanha e espumosa do Tejo. Os pescadores que ainda vivem junto ao rio, pouco sustento conseguem tirar dele.
Ao longo dos anos, muitas têm sido as denúncias das populações por causa das sucessivas descargas poluentes. A última foi divulgada através de vídeos nas redes sociais pelo chamado “Guardião do Tejo”, um observador independente que muito se tem interessado por esta questão. As imagens mostravam o rio coberto com uma camada de espuma branca.
Os resultados das análises à água, permitiram concluir que a poluição detetada no rio teve origem em descargas da indústria da pasta de papel. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) detetou níveis de celulose “cinco mil vezes” acima do normal. O Ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, declarou que as análises à água e à espuma, permitirão perceber quais são os elementos de poluição e assim chegar aos potenciais agentes poluidores.
O problema não está apenas nas descargas das empresas de celulose, mas também no facto de atravessarmos um período de seca extrema, com o caudal do rio em valores mínimos, pelo que não consegue depurar todos os efluentes lançados pelas empresas.
O Ministro do Ambiente também referiu que já há algum tempo se está a “construir um projeto para a melhoria da qualidade da água do rio Tejo”, um recurso natural tão importante para todo o nosso país.
Por um rio Tejo limpo
O maior rio da Península Ibérica está em agonia, sem conseguir “respirar”. É urgente tomar medidas para voltarmos a ter um rio limpo de águas cristalinas.
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