É um reforço da capacidade da “Arca de Noé” que guarda sementes de todo o mundo para o caso de acontecer uma catástrofe natural ou uma guerra nuclear. Foram depositadas 92 amostras de trigo, 60 de feijão e as restantes de milho. A coordenadora do Banco Português de Germoplasma Vegetal, Ana Maria Barata, explicou que Portugal é o responsável pelo fornecimento de milho aos países da bacia mediterrânea (Espanha, Itália, Grécia) e também à Alemanha e à Holanda, em caso de crise.
“Foi um momento muito importante para nós”, comentou Ana Maria Barata. Esta foi a terceira vez que Portugal enviou amostras para o Banco Mundial, localizado nas ilhas Svalbard, no Ártico, em território norueguês. O Banco Mundial de Sementes é um “cofre”, a 150 metros de profundidade, que tem depositado mais de um milhão de amostras de sementes de todo o mundo. No “cofre” nacional, situado em Braga, há 48 mil amostras de quase 120 espécies. “Aqui há cereais, plantas aromáticas e medicinais, fibras, culturas hortícolas, forragens e pastagens”, explicou Ana Maria Barata.
A engenheira agrónoma é uma das responsáveis por conservar as amostras e explicou que “são espécies destinadas à alimentação” e que se desaparecerem podem colocar a sobrevivência humana em risco. Nos frigoríficos são guardadas sementes entre 20 e 40 anos e há uma câmara que chega aos 18 graus negativos para conservar amostras durante mais de 100 anos. “Se houver uma guerra, por exemplo, é importante estarem guardadas”, acrescentou a responsável. É numa quinta com oito hectares, na freguesia de Merelim S. Pedro, que uma equipa de 30 cientistas, investigadores e técnicos preservam o património vegetal do país. O Banco Português de Germoplasma Vegetal nasceu na década de 70 e é gerido pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.
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