Preservar a Biodiversidade é a nossa cena!

Este é o slogan que os alunos da Escola D. sancho I, em Vila Nova de Famalicão, escolheram para promover a sua ação em prol da preservação e recuperação de plantas aquáticas, algumas com estatuto de conservação.

A ação desenvolveu-se no charco pedagógico, recentemente construído, no âmbito do projeto Ciência Viva na Escola e foi desenvolvida em duas fases.

Num primeiro momento, fez-se o reconhecimento das plantas e dos procedimentos/ cuidados para a sua adequada propagação no charco, após a sua transferência. Esta atividade decorreu na charca do Parque da Devesa no dia 24 de março de 2023, sob orientação do Jael Palhas, responsável pelo projeto pelas Charcas de Noé (1). Num segundo momento, que teve lugar no dia 19 de abril de 2023, procedeu-se à transferência das plantas para o charco da Escola Secundária D. Sancho I, sob orientação do Ecólogo Vasco Flores Cruz dos Serviços Educativos do Parque da Devesa. Foram várias as espécies transferidas, cujo desenvolvimento está a ser monitorizado.

Identificação das diversas plantas com recurso a guias de identificação.

Os alunos da Escola Secundária D. Sancho I responderam ao “desafio” lançado pela ONU que declarou o período de 2021-2030 como a Década para a Recuperação dos Ecossistemas cuja degradação afeta negativamente a vida de biliões de pessoas. Os ecossistemas sustentam toda a vida na Terra e, quanto mais saudáveis forem, mais saudável será o planeta. A Década da Restauração de Ecossistemas visa prevenir e reverter a degradação dos ecossistemas em todos os continentes e oceanos, o que pode ajudar a erradicar a pobreza, combater as alterações climáticas e prevenir uma extinção em massa. O sucesso destas medidas depende essencialmente do contributo de cada um. (2)

A Mafalda a “plantar” o nenúfar-anão (Nymphoides peltata)

Com esta ação, pretende-se incrementar o estado de conservação dos ecossistemas de zonas húmidas, em geral e, em particular, de plantas aquáticas raras e ameaçadas que depois de desenvolvidas, poderão ser propagadas em novos charcos que surgirão, certamente, depois deste espetacular desafio.

Tabela com a identificação das espécies de plantas transferidas e o seu estatuto de conservação: (3)

Espécie

Raridade Risco de extinção

Distribuição

nenúfar -anão

(Nynfoides peltata)

RRR

(Muito Rara)

CR

(Criticamente em perigo)

PR

(Plurirregional ou subcosmopolita)

espiga-de-água-do sul

(Potamogeton schweinfurthii

R

(Ocasional)

VU

(Vulnerável)

MD

Predominantemente mediterrânica

limo-mosquiteiro

(Utricularia australis)

R

(Ocasional)

VU

(Vulnerável)

PR

(Plurirregional ou subcosmopolita)

baldélia alpestre

(Baldellia alpestris)

R

(Ocasional)

NT

(Quase ameaçada)

IB

(Endemismo Ibérico)

ludevígia-dos- pauís

(Ludewigia palustris)

C

(Pouco comum)

LC

(Não Preocupante)

PR

(Plurirregional ou subcosmopolita)

beldroega-de-água

(Lytrum portula)

CC

(Comum)

LC

(Não Preocupante)

PR

(Plurirregional ou subcosmopolita)

lírio-amarelo-dos-pântanos

(Iris pseudacorus)

CC

(Comum)

LC

(Não Preocupante)

PR

(Plurirregional ou subcosmopolita)

salgueirinha

(Lytrum salicaria)

CCC

Muito comum

LC

(Não Preocupante)

PR

(Plurirregional ou subcosmopolita)

Referências

1-https://www.ambientemagazine.com/esac-ipc-desenvolvem-projeto-com-vista-a-conservacao-das-plantas-

2-https://www.unep.org/news-and-stories/press-release/new-un-decade-ecosystem-restoration-offers-unparalleled-opportunityaquaticas-raras-e-ameacadas/

3- https://flora-on.pt/

Mafalda Vieira, Leonor Silva, Maria José Cardoso, Carolina Monteiro, Vanessa Lopes, Lara Silva