O Tráfico Ilegal de espécies é o 4º negócio ilegal mais lucrativo, representa cerca de 223 mil milhões de euros anuais, segundo o Jardim Zoológico de Lisboa. Ao crescimento deste negócio corresponde a diminuição da população de aves, principalmente no seu habitat natural, explica Daniela Rato, educadora do Jardim Zoológico de Lisboa. A Indonésia, local com maior número de espécies endémicas e cerca de 850 espécies diferentes de aves, é um hotspot de biodiversidade e apresenta uma das maiores taxas de aves ameaçadas de extinção no mundo.
Com o objetivo de combater o tráfico de espécies foi assinado, voluntariamente, por vários países o acordo da convenção CITES (Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora). Este acordo tem como objetivo assegurar que o comércio de animais, plantas selvagens e de produtos deles derivados não coloque em risco a sobrevivência das espécies, nem constitua um perigo para a manutenção da biodiversidade. A convenção atribui diferentes graus de proteção a 5.600 espécies de animais e 30.000 espécies de plantas e define um sistema de licenças que obrigam a que haja maior controlo sobre a compra e venda destes seres vivos. Deste modo o comprador tem a garantia de que o animal ou planta não foi retirado ilegalmente do seu habitat.
Perante este cenário e no âmbito da campanha “Quebra o Silêncio pelas Aves de Canto” a EAZA, definiu três objetivos: “Resgatar e recuperar aves dos mercados ilegais”, “Aumentar a população de aves no habitat”, “Promover a educação ambiental”. Para os alcançar, o Jardim Zoológico de Lisboa promove e sensibiliza os visitantes para a proteção destas aves, por exemplo, através da iniciativa que destaca o animal do mês. Esta instituição realiza, ainda, o tratamento veterinário de aves resgatada, cobre os custos do resgate de aves de canto dos mercados ilegais e trabalha no sentido da reprodução de espécies ameaçadas pelo tráfico ilegal de aves de canto, como é o caso do Mainá-do-bali.
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